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Enviada em: 23/07/2017

Os seres humanos nascem dotados de características biológicas distintas que os diferem entre si, dando origem às diversidades e necessidades existentes. Nesse contexto, é evidente uma problemática no que diz respeito à acessibilidade como forma de autonomia e integridade individual. Isso ocorre não só pelo âmbito socioeconômico, mas também devido à agitada vida cotidiana que assola a sociedade.   Segundo o Censo 2000 do IBGE, 14,5% dos brasileiros são portadores de alguma deficiência física. De fato, proporcionar acesso e mobilidade para todos é um desafio para o país, que encontra barreiras econômicas para tratar desse problema. Seguindo esse parâmetro, a acessibilidade deixa de ser apenas uma questão física e passa a ser uma falha universal que atinge todos os cenários sociais, como sistemas e meios de comunicações, o que faz com que seja necessário investimentos elevados nos setores de mercado, escolas e vias públicas. Como consequência, há um embargo e atraso nas decisões públicas para esse viés, uma vez que os setores públicos e privados não querem aderir às mudanças de infraestrutura necessária, sobre a alegoria de redução de lucros e aumento de gastos, reduzindo assim a qualidade de vida e bem-estar do cidadão que depende desses recursos.   A modernidade líquida, segundo o sociólogo Bauman, é caracterizada pela insegurança e constante mudança no cenário social. À vista disso, o trabalho estável tem sido substituído por contratos temporários e utilizado sobre uma mão de obra cada vez mais móvel. Como parte desse processo, essa instabilidade exige que as pessoas nunca parem de estudar, a fim de se manterem atualizadas em sua profissão. Tal afirmação sugere que a ausência de tempo no decorrer do dia impede que os indivíduos tenham condições de auxiliar portadores de deficiências em suas atividades diárias, tanto no trabalho quanto nas necessidades básicas pessoais. É o que se observa nos trabalhos voluntários que estão cada vez mais necessitados de ajuda, devido à ausência de voluntários disponíveis. Tudo isso acarreta a criação de um sentimento de individualismo exacerbado na sociedade, o que possibilita a persistência da segregação e do preconceito à essas pessoas, no quadro de realidades brasileira.   Diante dos fatos mencionados, nota-se que o sistema econômico, altamente opressor, exige cada vez mais das pessoas sem dar muito em troca, como recursos básicos e salários remunerados. Sendo assim, faz-se necessário que o MEC, com auxílio do Estado, crie políticas públicas para conciliar o setor econômico com os recursos necessários, através de oportunidades que ofereçam cursos gratuitos de braile e intérpretes, com intuito de garantir um bom retorno para os alunos. Além disso, cabe aos órgãos responsáveis intensificar a implantação da acessibilidade arquitetônica e de comunicação, como sinais sonoros nos semáforos e libras nos espaços públicos, a fim de reduzir as discrepâncias no país.