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Enviada em: 30/10/2017

De acordo com Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de solidez nas relações sociais, políticas e econômicas é característica da "liquidez moderna" vivida no século XX. Nesse contexto, as dificuldades impostas às pessoas com necessidades especiais pelas barreiras arquitetônicas urbanas, bem como a partir das limitações empregatícias determinadas pelo mercado de trabalho, são reflexos negativos reflexo dessa realidade.             A princípio, o problema reside no descompasso entre o direito de ir e vir e a falta de acessibilidade nos locais públicos e privados. Nesse sentido, grande parte das vias públicas e logradouros da país distanciam o portador de necessidade especial dos seus direitos que são assegurados pela Constituição Federal de 1988. Cabe salientar que, segundo dados da Secretaria Nacional de Inclusão da Pessoa com Deficiência , o Brasil não possui nenhuma cidade no rol mundial de municípios plenamentes acessíveis, configurando, assim, um retrocesso social, pois em pleno século XXI oferecer dignidade e cidadania aos usuários que necessitam não é favor, e sim uma obrigação institucional.            Outro fator preocupante está relacionado com a inclusão de pessoas com algum tipo de limitação física no mercado formal de trabalho. Sob essa conjectura, com o avanço do capitalismo, recai sobre o Estado, o compromisso de tornar a inclusão empregatícia mais acessível para quem necessita. Sendo assim, fomentar e criar vagas de emprego para esse público faz-se necessário, pois segundo o Ministério do Trabalho, apenas 60% dos deficientes ocupam postos laborais. Outrossim, a problemática se agrava para o público feminino que, atualmente ocupa apenas 20% da porcentagem mencionada, e ainda é recrutada para postos subvalorizados e de baixa remuneração.              O combate à liquidez  citada anteriormente, a fim de conter o avanço dos problemas de inclusão da pessoa com deficiência, deve tornar-se efetivo, uma vez que representa um retrocesso dos direitos humanos. Sendo assim, é preciso que o Executivo Municipal execute o plano municipal de acessibilidade, previsto no Estatuto da Pessoa com Deficiência, com o intuito de melhorar a acessibilidade urbana. Além disso, a Câmara dos Deputados, por meio de projeto de lei, deve instituir cotas de empregos para todos os postos, com o fito em permitir o trabalho das pessoas com necessidades em cargos valorizados financeiramente. Por fim, urge que a imprensa televisiva, por meio de campanhas e ações, deve educar e conscientizar a população sobre os direitos e as garantias desse público, com a finalidade assegurar a dignidade da pessoa humana. Desse modo,