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Enviada em: 31/10/2017

Platão preconizava que "o importante não é apenas viver, mas viver bem". Pode-se relacionar a frase do filósofo com a importância da acessibilidade na vida de todas as pessoas. A falta dela é o principal desafio para pessoas com algum tipo de deficiência que, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), corresponde a cerca de 24% da população brasileira. No entanto, todos devem ter os mesmos direitos de se locomover, se comunicar ou se orientar. Diante disso, esse tema torna-se passível de discussão, levando em consideração a forma como os deficientes foram historicamente tratados e como ainda hoje são, tanto os deficientes físicos, quanto os sensoriais.       Historicamente as pessoas com deficiência são excluídas, marginalizadas e até mesmo mortas. Um exemplo disso é o nazismo, visto que Adolf Hitler perseguiu e assassinou muitos deficientes dizendo para a família dessas pessoas que as levaria para um tratamento médico e, ao invés disso, as matava. Esse exemplo evidencia toda uma construção identitária baseada na inferiorização dessas pessoas, o que nos dias de hoje é manifestado por meio do preconceito, como no caso de empregadores detentores de uma filosofia atrasada de que a pessoa deficiente pode vir a ser menos produtiva que uma saudável, logo, não as contrata. Dessa forma, nota-se que a inclusão das pessoas com incapacidades continua não sendo presente em diversas ocasiões como em empregos e universidades.       Ademais, outro fator, além do preconceito, que reforça o problema da acessibilidade, é a falta de infraestrutura pública e virtual, onde muitas vezes a pessoa com incapacidades se encontra sem soluções ao cruzar com situações cotidianas que a impedem de se locomover, se comunicar ou se orientar. Ônibus sem acessibilidade para cadeirantes, calçadas sem rampas, locais públicos e privados com ausência da escrita braile e a falta de gestos em libras em programas televisivos podem ser alguns dos empecilhos que o deficiente pode encontrar. Essas dificuldades podem impedir que o deficiente se locomova por conta própria, sendo, muitas vezes, necessário o auxílio de outra pessoa.        Perante os fatos expostos, medidas devem ser tomadas a fim de garantir acessibilidade para todos. Para isso, cabe ao Poder Legislativo aumentar o número de deficientes em empresas e universidades, através da criação de leis de cotas, para amenizar a exclusão dessas pessoas nesses ambientes. Além disso, cabe ao Governo Municipal e aos donos de  lugares privados atender as necessidades dos deficientes físicos e sensoriais, por meio do investimento em das calçadas e ônibus com rampas para cadeirantes, e da distribuição do braile e libras, garantindo, assim, a locomoção, comunicação e orientação dessas pessoas em todos os locais, sejam públicos ou não. Destarte, tomadas juntas, essas medidas contribuirão para assegurar a acessibilidade para a toda a população brasileira.