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Enviada em: 30/09/2018

O nome que batiza o maior estado brasileiro teve origem no encontro entre as expedições europeias e as índias Icamiabas, que residiam na região amazônica. Segundo relatos folclóricos, elas lutavam nuas e vivam em tribos isoladas e sem a presença masculina; a despeito disso, uma vez no ano elas mantinham relações sexuais com indígenas que habitavam os arredores e presenteavam-nos com ornamentos feitos de um barro verde, denominados Muiraquitã, quando o fruto desses rituais era o nascimento de meninas. Por intermédio de seus costumes, elas lembravam as lendárias Amazonas da Mitologia Grega, não obstante, assimilaram a denominação ao rio mais caudaloso do mundo, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, IBGE, bem como ao estado homônimo, que abriga a sua maior extensão volumétrica e está sob o crivo do desmatamento pela ação antrópica.        Esse costume das Icamiabas é deliciosamente descrito pelo escritor Mário de Andrade, em seu livro Macunaíma, no qual o personagem principal, "herói de nossa gente", trava uma odisseia em busca do Muiraquitã que Ci, a "Mãe do Mato", lhe havia presenteado, supostamente roubado por um italiano denominado Venceslau Pietro Pietra, como metáfora da formação cultural brasileira e da consequente busca por uma identidade nacional, que defina essa gente Tupiniquim. Por conseguinte, a Amazônia é o palco de riquezas incomensuráveis que perpassam campos culturais, sociais, farmacobiológicos e humanos, fundamentais para a história e para o desenvolvimento econômico brasileiro.        Doravante, no século XX houveram estímulos governamentais para o povoamento da Amazônia, visando "ocupar para não perder", por meio de incentivos à prática da agricultura, da pecuária extensiva e do extrativismo vegetal, que forçaram a expansão da fronteira agrícola e intensificaram a violência e a destruição do bioma. Outrossim, na atualidade, o estado é fiscalizado pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, INPE, por meio do sensoreamento remoto, todavia, os madeireiros aproveitam-se da camuflagem proporcionada pelas grandes árvores para desmatar a vegetação de pequeno porte. Consoante a isso, o enfraquecimento na demarcação de terras indígenas e quilombolas reforça a violência local e o crescimento das grandes monoculturas de soja, em detrimento da vegetação original.       Portanto, a priori, é necessário que o Ministério do Meio Ambiente, em parceria com a Funai, intensifique a luta pela demarcação dessas terras supracitadas, que são a melhor alternativa para a mantenedora da sustentabilidade da Amazônia. A posteriori, o Governo Federal, em coalizão com a  Polícia Federal, deve destinar maiores verbas para o INPE, por meio da Lei Orçamentária Anual (LOAs), visando a expansão do sensoreamento do bioma para coibir focos despercebidos de ação criminosa, haja vista que a Amazônia compõe a história brasileira, logo, compõe os próprios brasileiros.