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Enviada em: 15/05/2018

Embrião Cultural               Violência cultural, expropriação de terras, escravização e extermínio: cenário protagonizado pelos colonizadores/latifundiários; e, sofrido pelos índios brasileiros no decorrer de quase cinco séculos. Ainda assim, os indígenas só vieram a ter respaldo constitucional na segunda metade do século XX, quando ocorreram as primeiras demarcações de terras. Nesse ínterim, apesar da tutela na Constituição de 1988,o índio brasileiro ainda convive com o desafio de preservar sua cultura consoante uma condição digna de vida.         A Constituição Cidadã assegura o direito do índio de dispor de terras suficientes para desenvolver suas necessidades econômicas e culturais. Essa questão esbarra nos interesses de fazendeiros, tal como a demarcação da reserva Raposa Serra do Sol, que resultou em conflitos entre as partes envolvidas. Nesse contexto, é de suma importância uma intervenção governamental criteriosa e diplomática com o objetivo de conciliar ambos os interesses que concernem à posse de terras.                    Preservar a identidade cultural do indígena envolve critérios além da posse das terras, como: educação, saúde e auxílio de órgãos competentes a exemplo da Fundação Nacional do Índio (FUNAI). No que concerne à educação, o indígena tem o direito de estudar, aprender sobre sua história e língua, bem como adequar e aplicar tais conhecimentos em prol de benefícios para sua comodidade. Assim, os silvícolas brasileiros poderiam se encontrar em um cenário parecido ao que é encontrado na Nova Zelândia, com os indivíduos da tribo Maori, onde estes participam efetivamente no âmbito social e artístico.       A identidade do indígena do Brasil urge ser preservada. Isso envolve um acervo étnico de mais de trezentos povos que falam mais de duzentos idiomas, cuja riqueza cultural sobreviveu por séculos em meio às diversas espoliações. Assim, é necessário que o governo faça jus à Constituição Federal que garante ao indígena o direito a todo um aparato necessário para seu modo de vida. Isso se dará através de um Estado que trabalhe a cultura dos herdeiros dos aborígenes em sala de aula, além de manutenção das politicas afirmativas já vigentes. Afinal, proteger o “verdadeiro brasileiro” é preservar o embrião da cultura nacional.