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Enviada em: 05/07/2018

O sociólogo Gilberto Freyre defendeu em sua obra "Casa Grande e Senzala" que a diversidade de etnias que existe no Brasil forma a identidade do país. Sendo assim, todas elas devem ser respeitadas, porém, desde a colonização os índios são vítimas de preconceito e de negligência. Diante disso, deve-se analisar como a herança histórico-cultural e o poder público prejudicam a questão indígena na sociedade.  A herança histórico-cultural é a principal responsável pela manutenção do preconceito. Isso decorre do século XVI, quando os portugueses chegaram ao Brasil e transformaram os índios em escravos. A sociedade, então, conforme defendeu o cientista social Pierre Bourdieu na teoria "habitus", tende a incorporar as estruturas sociais de sua época, assim, naturalizando e reproduzindo esse pensamento de que tais povos são inferiores. Infelizmente, o etnocentrismo ainda persiste nos dias atuais e é desenvolvido ao longo da infância através de, por exemplo, nos livros didáticos, que são caracterizados de acordo com um olhar europeu estereotipado.  Atrelado à sociedade, nota-se, ainda, que o poder público negligência os direitos dos povos indígenas. Isso porque, embora a Constituição estabeleça artigos em prol do índio, o Estado não garante a efetivação de muitas conquistas que constam nas legislações. A briga de terras com os latifundiários, por exemplo, evidencia a falta de supervisionamento do governo. Não é à toa,  então, que a violência contra indígenas aumenta conforme conflitos por posse de terra intensificam a favor do agronegócio.  Torna-se evidente, portanto, que, no Brasil, os povos aborígenes precisam de atenção. Em razão disso, o Ministério da educação deve incluir, na grade curricular, a história cultural indígena como ensino obrigatório desde o ensino infantil, a fim de interromper o desenvolvimento e potencialização do preconceito. Ademais, o Ministério público, em parceria com a FUNAI, deve garantir e efetivar os direitos dos índios, principalmente a demarcação e a fiscalização da terra para, assim, a questão autóctone ser valorizada.