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Enviada em: 30/10/2018

O índio foi amplamente idealizado como herói nacional, durante a 1ª Fase do Romantismo Brasileiro, exemplificado no personagem Peri, de José de Alencar, indígena forte, corajoso, ligado à terra. Contudo, tal valorização está presente apenas na literatura, haja vista que essa população é vítima de preconceito e violência na sociedade. Diante disso, analisa-se que essa problemática se dá pela falta do contato entre os indígenas e as outras etnias e, também, pela disputa agrária.             Mormente, ressalta-se que a população brasileira tem pouco contato com os índios, já que eles são, normalmente, segregados da vida urbana. Dessa forma, depreende-se que essa situação agrava o choque de culturas e corrobora  violência contra o cidadão nativo, como por exemplo, o caso do professor indígena assassinado em Santa Catarina, no início do ano de 2018. Logo, fica claro que é preciso mais ações afirmativas que incluam esse grupo na sociedade e reduzam essa espécie de xenofobia, pois a distinção de etnias fere a igualdade constitucional presente no artigo 5º da Constituição.             Outrossim, é de suma importância destacar a questão agrária como agente de exclusão do índio, visto que há uma disputa histórica entre Bancada Ruralista e as Tribos Indígenas. Em face a isso, expõe-se a PEC 215 (Proposta de Emenda Constitucional) que propõe transferir o Poder Executivo para o Congresso na decisão final sobre a demarcação das terras indígenas. Em detrimento a isso, infere-se que tal projeto beneficiaria os latifúndios e afetaria tanto as comunidades nativas quanto a biodiversidade, portanto, julga-o como inviável e vergonhoso, tendo em vista que valoriza um viés econômico em detrimento dos direitos tribais.             Destarte, é notório que a falta de contato entre culturas e a questão agrária são fatores determinantes para a manutenção do preconceito contra índios, no Brasil, e devem, indubitavelmente, ser combatidos. A princípio, é preciso que as Secretarias de Educação criem projetos escolares, para escolas públicas e particulares, de visitas a tribos, o que deverá ser patrocinado pela prefeitura, para que o jovem brasileiro adquira familiaridade com essa cultura desde cedo, pois apenas assim será diminuído abismo entre etnias. Ademais, é de extrema necessidade que os líderes indígenas se envolvam na política e busquem representatividade, para que possam lutar ativamente contra os projetos de leis que prejudiquem a comunidade nativa, além de buscarem reafirmar seus direitos sobre a terra. Feito isso, o Brasil poderá se aproximar do ufanismo da primeira geração romântica e abranger sua pluralidade étnica de forma igualitária.