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Enviada em: 11/10/2018
A população indígena brasileira tem sido historicamente atingida por violências e abusos motivados, preponderantemente, pela sanha da acumulação de riquezas. Esse problema persiste intensamente nos dias atuais mesmo que, ao menos teoricamente, já existam alguns mecanismos para proteção de seus direitos. Assim, por respeito aos direitos humanos, à história e à cultura dos nativos, a sociedade brasileira deve preservar a dignidade da população indígena contra a força opressiva dos interesses de diversos grupos. O antropólogo Darcy Ribeiro mencionou, na obra O Povo Brasileiro, que a civilização se impõe, primeiro, como uma epidemia, depois, como guerras e escravidão. O pensamento resume a história brasileira de dizimação dos nativos que, segundo estimativas do autor, somavam um milhão de indivíduos no começo do século XX e apenas cerca de 200 mil ao final do mesmo século. Dados da Secretaria Especial da Saúde Indígena, do Ministério da Saúde, apontam que em 2015 foram assassinados 157 índios, outros 87 cometeram suicídio e 599 crianças morreram em decorrência de condições desfavoráveis e da dificuldade na obtenção de assistência médica. Os casos de suicídio estão ligados à falta de perspectiva relacionada à perda de terras, das raízes culturais e familiares, enquanto as outras mortes demonstram a situação de vulnerabilidade à que os nativos estão expostos. Para preservar a dignidade dos indígenas, o Governo Federal deve aumentar os investimentos na Fundação Nacional do Índio, para torná-la mais atuante e eficaz em sua missão. As questões fundiárias devem ser tratadas com cuidado redobrado pela entidade, visando assegurar a justiça aos envolvidos e que ideologias políticas estranhas às questões indígenas não se infiltrem nas ações e distorçam sua essência. Além disso, a proteção da saúde e da cultura dos nativos deve contar com orçamento público suficiente e garantido, maior grau de prioridade do poder executivo e com realização de assistências médicas e sociais direcionadas.