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Enviada em: 26/10/2018

No século XIX, o romantismo foi responsável por idealizar o índio e inseri-lo como herói nacional. Entretanto, após dois séculos, o retrato do Brasil atual, na questão dos indígenas, é não só discriminação, mas também violência contra esses povos. Nesse contexto, a valorização desse grupo torna-se coerente tomando como base uma análise histórica e cultural do Brasil.       Em um primeiro plano, deve-se deixar claro que o país tem uma dívida histórica com os índios. Os primeiros habitantes do território em que hoje é o Brasil, os indígenas foram por muito tempo perseguidos na história brasileira foram utilizados como mão-de-obra escrava, capturados por bandeirantes e, sofreram com massacres, como o de Carajás, em 1996. Ou seja, políticas públicas para a valorização desse povo são válidas, uma vez que eles são a base da nossa população e passaram por experiências hediondas durante séculos.        Por conseguinte, é impossível desconectar a cultura indígena da brasileira. Segundo o pai da sociologia, Émille Dukheim, o fato social é uma maneira coletiva de agir e pensar, sendo coercitiva, exterior e geral. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que a desvalorização dos índios pode ser encaixada na teoria do sociólogo, uma vez que, se uma criança vive em uma família com esse comportamento, tende a adotá-lo pela vivência em grupo, intensificando o problema, caracterizando, segundo o próprio Durkheim, como uma patologia social. Com isso, essa conduta é análoga a desvalorizar sua cultura, haja vista que, a cultura indígena é a essência da cultura brasileira estando as duas ligadas intrinsecamente e por conta da coercitividade do fato social, acarreta na discriminação e na violência contra esses povos.       É evidente, portanto, que ainda há entraves para solucionar o problema. Segundo o filósofo Immanuel Kant, "O homem é aquilo que a educação faz dele". Logo, o Ministério da Educação deve instituir, nas escolas, palestras ministradas por professores não só de história, como também por professores de antropologia, por meio de parcerias com universidades e ONGs, que discutam sobre a importância dos povos indígenas para a cultura brasileira e a violência que sofreram e sofrem, para conscientizar a nova geração, conseguindo, assim, curar essa patologia social.