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Enviada em: 18/08/2018

A diversidade étnica faz do Brasil um país multicultural, graças ao patrimônio cultural dos diversos grupos sociais formadores da sociedade nacional. Dentre as contribuições desses grupos destacam-se as das nações indígenas, povos considerados nativos, uma vez que habitavam nas terras brasileiras antes da colonização. Apesar do extermínio sofrido com a chegada dos portugueses, muitas populações indígenas resistiram, e atualmente seus integrantes são reconhecidos como sujeitos de direitos, os quais devem ser promovidos e protegidos pela ordem jurídica nacional.  Atualmente, calcula-se que 400 mil índios ocupam o território brasileiro, sua maioria em reservas indígenas demarcadas pelo governo. São cerca de 200 etnias indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da chegada dos portugueses. As tribos indígenas possuíam uma relação baseada em regras sociais, políticas e religiosas, e o contato com o homem branco fez com que muito dessa identidade cultural fosse perdida. Faz-se necessário encarar o fato de que uma grande parte da sociedade ainda pense como os portugueses do século XVI, subjugando a cultura indígena, considerando-os selvagens e os colocando em segundo plano. Apesar da Constituição assegurar os direitos destes cidadãos, a situação atual ainda é alarmante, pois eles enfrentaram inúmeros conflitos agrários, preconceito étnico, pouco acesso à educação e a saúde. Assim como na obra "Macunaíma, o herói sem nenhum caráter", escrita por Mário de Andrade em 1928, muitos brasileiros mesmo nos dias atuais os julgam como preguiçosos. Prova disso é o fato dos povos indígenas terem a sua língua classificada apenas como dialeto, não sendo língua oficial. O que também acontece na cultura, que atualmente é vista como rica e civilizada, enquanto a indígena é considerada folclore por muitas pessoas. Contudo, a questão indígena é mais complexa. Além de todo preconceito social e cultural, os índios ainda têm de lutar pela terra. Motivo pelo qual a bancada ruralista brasileira vem tomando terras indígenas para desenvolver sua atividade comercial. É evidente que essa situação vem dizimando muitas tribos, impedindo o avanço de tentativas do governo ou de ONGs de atuar na questão indígena.  Para que se reverta esse cenário, é necessário a atuação conjunta entre MPF e ONGs a fim de garantirem os direitos básicos negligenciados aos povos indígenas que restaram no país. É necessário que o Governo intensifique o processo de demarcação das terras indígenas, e que a FUNAI fiscalize de forma mais eficaz a posse destas, penalizando os que ocuparem-nas de forma ilegal. Por fim, é necessário que o Ministério da Saúde amplie as redes de tratamento e prevenção nas tribos, criando mais postos de saúde, hospitais e que o atendimento seja garantido. Só assim, ter-se-á igualdade entre todos da nação, e a sociedade começará a entender o papel dos nativos no âmbito social.