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Enviada em: 18/08/2018

Por volta dos séculos XVI e XIX, na chamada "missão civilizadora", os europeus colonizaram as terras brasileiras e tentaram catequizar os índios. Esse fato foi conceituado pelo Eurocentrismo - ideia de superioridade do intelecto europeu -, no qual os portugueses cravaram diversas mortes. Embora date de séculos atrás, a desvalorização da população indígena, em pleno século XXI, apresenta as mesmas conotações de sua origem: violência e preconceito. Nesse ínterim, a insuficiência governamental bem como o papel social corroboram esse quadro, e a problemática prossegue inerentemente ligada à realidade do país.       Mormente, salienta-se que, segundo o francês Gilles Deleuze, nos dias atuais, não se pode lutar politicamente com armas do passado. Sob tal ótica, infere-se que a questão política brasileira se enquadra no pensamento do filósofo, haja vista que, embora as leis contra crimes raciais sejam aplicadas, os casos de mortes dos nativos brasileiros ainda são registrados, principalmente, pela falta de assistência de saúde. Prova disso é, infelizmente, os dados fornecidos pelo Sesai, nos quais, no ano de 2016, ocorreram cerca de 735 casos de óbito de crianças indígenas menores de 5 anos por desnutrição e falta de apoio social. Destarte, faz-se necessário o investimento em medidas na área de saúde que visem a fornecer atendimento especial a esse grupo.       Outrossim, ao analisar esse cenário através do prisma histórico do Eurocentrismo, é cabível enfatizar que a marginalização das minorias é herança do Período Colonial no Brasil. Conforme Sócrates, o ser humano pratica o mal, pois não tem conhecimento do bem. Seguindo essa linha de raciocínio, a segregação racial enraizada no tecido social cega o fato de que a formação da cultura nacional é fruto de uma mestiçagem de etnias, destacando-se a etnia indígena. Dessa forma, a ausência de políticas públicas que disseminem a importância e a necessidade da valorização dessa tão importante população atua como impulsionador do problema.       Urge, portanto, que mudanças são imprescindíveis para alterar essa realidade. Posto isso, cabe ao Governo, na figura do Ministério da Saúde (MS), aplicar gastos nas organizações que acolhem especificamente os indígenas brasileiros, com o fito de evitar mortes por falta de condições. Além disso, com o intuito de valorizar e dar ênfase à cultura nativa do país, o Ministério da Educação (MEC) deve promover palestra ministradas por especialistas, de modo que o preconceito da mentalidade nacional seja combatido pelo conhecimento. Somente assim, com base no pensamento socrático, poder-se-á gradativamente minimizar esse impasse.