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Enviada em: 20/08/2018

É indispensável salientar que a Magna Carta brasileira, de 1988, garante que a União reconheça a cultura indígena, além de demarcar e proteger o seu território. Todavia, a prática deturpa teoria, visto que esses grupos são alvo de violência física e moral, além de terem seus territórios invadidos por empresas e latifundiários. Torna-se evidente, então, que o Brasil não se comporta como um país multicultural, pois, desde 1500, ocorre uma desvalorização da cultura indígena e do seu legado.                      Destarte, é possível notar a banalização dos direitos indígenas quando nem leis que julgam e punem a violência - resultada da discriminação e preconceito de raça, cor, etnia e religião - dão conta de protegê-los, posto que, cada vez mais os noticiários têm divulgado casos de agressão, oriundos desse tipo de crime. Um exemplo disso foi o relatório feito, em 2016, pelo CiMi (Conselho Indigenista Missionário), que diz que os casos de homicídio, suicídio e mortalidade infantil entre os índios vêm aumentando. Ademais, o exacerbado individualismo é o principal responsável pela invisibilidade indígena perante a população brasileira. Isso acontece porque, na pós-modernidade, conforme o sociólogo Zygmunt Bauman, as pessoas buscam cada vez menos se envolver nas relações interpessoais ao longo da vida. Tudo isso traz como consequência o aumento da degradação e da invisibilidade da cultura do povo que deu origem ao nosso país.           Outrossim, observa-se que a busca incessante por lucro dentro do sistema capitalista contribui para a deterioração da biodiversidade e da diversidade étnica, já que as minorias e o meio ambiente são postergados. Tal realidade vergonhosa e escatológica pode ser vista quando nem os direitos sobre as terras, que deveriam ser delimitadas, são respeitados, visto que nem todas foram demarcadas como deveriam. Já a maioria das que foram separadas mal conseguem ser usadas sem brigas entre os indígenas e os latifundiários, resultando na permanência do panorama de genocídio indígena criado durante a colonização.             Diante desses impasses, necessita-se, que a União, juntamente com a Fundação Nacional do Índio, promova os direitos dos povos indígenas, demarcando, efetivamente, esses territórios, impedindo e punindo o uso dessas terras por empresas e latifundiários através de fiscalizações. Além disso, é imprescindível que o Ministério da Educação, em parceria com as escolas, inclua disciplina de ética e cidadania no currículo escolar, promovendo também palestras sobre a importância de se valorizar a diversidade cultural. Essas ações, em conjunto, possibilitarão o efetivo cumprimento da Constituição, além de desconstruir o individualismo enraizado na sociedade, viabilizando, então, a valorização da cultura indígena e do seu legado.