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Enviada em: 23/08/2018

É incontestável que os índios são constantemente alvo de opressões e configurações inferiorizantes. Nesse sentindo, mediante a fatores em âmbitos históricos, sociais e governamentais, esse grupo é gradativamente excluído da isonomia, uma vez que sua cultura não é aceita por parcela da sociedade — corroborando movimentos de preconceito e marginalização no Brasil.   No começo do século XVI, a chegada de colonos portugueses no território brasileiro e o sucessivo encontro com os nativos, configurou-se como o prefácio da história de segregação dos povos indígenas. A partir disso, Portugal iniciou sobre eles uma massiva onda de imposições culturais e os desvinculou de grande parte de seus direitos, haja vista os interesses socioeconômicos e o sentimento de superioridade étnica que permeava na Europa. Desse modo, na contemporaneidade, é comumente visto em veículos midiáticos o crescente número de notícias acerca de índios sofrendo, muitas vezes fatalmente, com essa intolerância, mesmo eles obtendo forte contribuição para a construção social do país, para a literatura e medicina.    Outrossim, o governo é um dos maiores colaboradores para a negligencia dessa conjuntura, visto que as políticas diretamente voltadas para promoção da cidadania e plenitude social dessas pessoas são pouco eficazes e não são exercidas com maestria. Conforme as ideias contratualistas de John Locke, essa situação dos índios configura-se como uma violação do "contrato social", já que o Estado não cumpre sua função de garantir que tais cidadãos gozem de direitos imprescindíveis, principalmente a asseguração de suas terras e ao respeito a seus costumes e tradições, como previsto em seu Estatuto.     Em vista disso, infere-se que os índios devem, por lei e como forma de preservação cultural, receber tratamento igualitário aos demais cidadãos, respeitando suas especificidades. Por isso, a administração pública em consonância com os Poderes Legislativo e Executivo, devem executar os artigos do Estatuto do Índio para reafirmar a isonomia prevista na Constituição de 1988. Destarte, segundo o filósofo George Santayana, é importante recordar o passado para não o repetir, logo, seria interessante discutir a temática em estabelecimentos de ensino a fim de promover a empatia com o coletivo e lidar com o mal da intolerância pela raiz. Assim, a valorização da cultura indígena poderá ser proporcionada devidamente no Brasil.