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Enviada em: 25/08/2018

A primeira geração do Romantismo brasileiro apresenta o indianismo, no qual o homem nativo, símbolo de nacionalidade, é percebido como o "bom selvagem", cujo comportamento era idealizado. Entretanto, percebe-se que, hodiernamente, tal ideário não é firmado, visto que esse grupo vem sendo vítima de hostilidades e da perda de direitos territoriais. Com isso, deve ser questionado como o descaso do Estado e da elite agrária contribuem com tal problemática.  É indubitável que a questão constitucional funciona como impulsionador do problema. Conforme Aristóteles, a política deve ser aplicada de modo que, por meio da justiça, o equilíbrio seja alcançado. De maneira análoga, é possível perceber que a violência contra os índios quebra com essa harmonia; haja visto que , embora esteja previsto ,na constituição, leis que garantam a proteção dessa população, uma considerável parcela da comunidade e do governo atuam como agentes de agressões, seja contra a pessoa, seja pela omissão do poder público. Isso é notado ao passo que, segundo o Conselho Indigenista Missionário (CIMI), 118 índios foram assassinados em 2016. Dessa forma, a desatenção do Estado colabora diretamente com as dificuldades enfrentadas por essa gente.   Em consonância, evidencia-se a ação de latifundiários como potencializadora da adversidade. De acordo com Jean Jacques Rousseau, a propriedade privada introduz a desigualdade entre os homens, sendo esse corrompido pelo poder e esmagado pela violência. De forma semelhante ao pensamento do filósofo, é notório que a elite agrária brasileira vem se apropriando das terras tribais para intensificar o agronegócio. Tal fato é exemplificado à medida que, segundo o CIMI, o povo indígena mais prejudicado com as alterações é o guarani-kaiowá, que enfrenta sérios conflitos com fazendeiros no Mato Grosso do Sul. Destarte, inúmeras aldeias vão perdendo seu espaço de moradia e sobrevivência.   É evidente, portanto, que existem entraves para se alcançar o equilíbrio proposto por Aristóteles. Dessarte, é necessário que os poderes Legislativo e Judiciário reafirmem as normas já existentes, através da criação de novas emendas e de postos capacitados para receber denúncias e vítimas, objetivando a redução dos casos de homicídios e demais violências.Para mais, é papel desses órgãos, em parceria com a Fundação Nacional do Índios ( FUNAI), ampliarem a fiscalização nas áreas de fronteiras de terras indígenas, visto que o Estatuto do Índio, por si, não é suficiente para garantir este direito. Isso deve ser feito por meio da expansão dos estudos para a aprovação de maior área reservada para a ocupação dos indígenas,a fim de garantir o patrimônio desses. Nesse sentido, a figura do índio se aproximará da ideia romântica.