Materiais:
Enviada em: 30/09/2018

Em meados do século XVI, quando as caravelas portuguesas chegaram ao Brasil, havia nesse território, aproximadamente, 6 milhões de indígenas. Hoje, 5 séculos depois, existe apenas 812 mil autodeclarados índios, conforme dados da Funai. É contraditório saber que um país, conhecido mundialmente pela sua hospitalidade e cuidado com que recebe os que nele chegam, não é capaz de zelar pelo seu mais precioso patrimônio antropológico, gente que é fruto da sua terra. Esse triste e lamentável cenário, é resultado da lentidão de mudança na mente da sociedade como também da insuficiência de leis que protege esses povos.       Atualmente, assim como no período da colonização, povos indígenas ainda sofrem preconceito e descriminação pela sociedade, essa é uma das sequelas herdadas daquela época. Tal situação deve-se à um conceito histórico-cultural de que o índio é um sujeito preguiçoso e vadio. Embora tenham sido escravizados, perdido sua terra e sua liberdade, sofreram, também, o maior genocídio da história brasileira. O índio, ao invés de ser visto socialmente com respeito e admiração por todo seu passado doloroso, sofre agressões físicas e morais diariamente.       Não obstante, a dificuldade em manter seus costumes é outro aspecto desafiador encontrado por eles, pois, devido à expansão da agricultura e da pecuária, as áreas destinadas, por lei, pelo Governo Federal às tribos indígenas foram extremamente reduzidas. Assim, esses que dependem da terra para subsistência enfrentam obstáculo, tendo que, muitas vezes, procurar por trabalho remunerado em regiões urbanas, indo contra sua filosofia de vida.       Logo, nota-se que um símbolo que deveria ser ovacionado pela nação brasileira encontra-se fortemente ameaçado de extinção. Percebe-se, também, que o índio é desvalorizado pela população e pelo Poder Público, o que os dificulta muito de preservar sua cultura. Por tanto, para que os próximos capítulos dessa história sejam diferentes, é preciso que, primeiramente,  o Ministério da Cultura promova ações informativas em escolas, parques, na mídia e em redes sociais, a fim de levar a sociedade a uma autorreflexão sobre sua visão e postura perante ao índio. Paralelo a isso, a Casa Civil deve solucionar a questão da divisão de terras, através de uma reforma agrária. Dessa maneira, é possível enxergar uma ponta de esperança em manter vivo, para gerações futuras, um dos principais símbolos oriundos desse país.