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Enviada em: 01/10/2018

Na carta de Pero Vaz de Caminha, primeiro documento histórico sobre o Brasil, o mesmo descrevia a população nativa como um povo que precisava ser civilizado e tinha as suas vergonhas à mostra. Nesse primeiro encontro, fica evidente o impacto que uma cultura diferente gerou nos europeus, uma vez que, os ‘’homens brancos’’ consideravam a cultura indígena inferior e submeteram os nativos a cultura europeia. Nesse contexto, o índio brasileiro ainda hoje enfrenta dificuldades para ser respeito e valorizado. Dentre tais dificuldades, destacam-se o preconceito social e a disputa por terras.         Em uma primeira análise, vale refletir que o preconceito sofrido pelos indígenas é um conceito social e histórico, iniciado no descobrimento do Brasil e vigente na atualidade. De acordo com o sociólogo Pierre Bordieu, existe uma naturalização de dogmas e ideologias impostos por uma cultura dominante e uma rejeição a aquilo que se difere dessa cultura. Isto é, a visão equivocada e preconceituosa que muitos brasileiros têm do índio é devido ao não conhecimento de sua cultura, posto que, a mesma diverge da cultura dominante que está enraizada na sociedade contemporânea e é proveniente da colonização.        Além disso, é importante salientar que a constituição de 1988 juntamente ao estatuto do índio reconhecem os povos originários e asseguram os seus direitos. No entanto, os problemas pelas disputas de terras que as comunidades indígenas sofrem questionam a efetividade dessas normas, de tal maneira que, a bancada ruralista caracteriza as demarcações de terras indígenas como um obstáculo para o avanço do agronegócio. A Amazônia, por exemplo, é um grande palco de disputa de terras entre índios e ruralista o que acarreta grandes malefícios, visto que, essas terras são essenciais para a reprodução e preservação de costumes e tradições dos índios e do meio ambiente.        Portanto, fica claro que medidas são necessárias para a valorização dos povos nativistas. É preciso que o Ministério das Cidades promova palestras, desenvolvida e ministradas pelos próprios indígenas, em escolas e faculdades com o intuito de abordar a temática em questão para levar conhecimento sobre essa cultura para as pessoas e reduzir o preconceito em relação as comunidades indígenas. Ademais, é imprescindível que o governo federal tenha uma fiscalização mais rígida, através de monitoramentos constantes, com a finalidade de conservar as terras demarcadas para os índios. Dessa maneira, o Brasil será mais igualitário e melhor para todos.