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Enviada em: 06/10/2018

Conforme enuncia o Instituto Brasileiro e Geografia e Estatística, nos anos 1500 havia cerca de 5 milhões de indígenas neste território e, hoje, há aproximadamente 900 mil, o que evidencia uma redução drástica desse povo, o qual representa, portanto, uma minoria social, já que possui os direitos negligenciados. Isso demonstra a carência de iniciativas que contribuam para a valorização dos indígenas brasileiros devido, sobretudo, à ineficiência de políticas públicas e ao preconceito social, constituindo desafios a serem mitigados a fim de consolidar dignidade humana a todos.        Primeiramente, quando Raymundo Faoro exprime que o Brasil herdou de Portugal um Estado patrimonialista e burocrático, ilustra-se a influência do processo colonizador na subestimação do Governo com a cultura indígena. Nesse sentido, os portugueses promoveram nos habitantes que já viviam neste território a aculturação - imposição forçada de um costume - a dizimação e  a expropriação de terras em detrimento dos latifundiários. Tal fenômeno se perpetua na atualidade num contexto capitalista: inserção do agronegócio, o que intensifica as lutas dos índios por sobrevivência e por demarcação de propriedades. Nesse contexto, a União, amparada pela bancada ruralista, representada por grandes donos de estabelecimentos rurais, se abstém de respaldar legalmente os índios por interesses político e econômico, como é observado na construção da Usina de Belo Monte, fato que prejudicou muitas tribos. Dessa forma, ações públicas ineficientes comprometem tal povo.      Além disso, segundo relata Ray Bradburry, no livro Fahreiheit 451, é essencial a difusão e informações na sociedade para assegurar o desenvolvimento de senso crítico nos indivíduos, o que explicita consequências negativas do preconceito na luta pela valorização dos índios. Nessa perspectiva, a pesquisa de 2010 do IBGE esclarece que há cerca de 300 tribos indígenas e, em média, 274 idiomas, representando enorme diversidade. No entanto, os cidadãos padronizam os indígenas: todos andam seminus com tintas pelo corpo e não possuem tecnologias. Esse estereótipo promove a manutenção do ideal etnocêntrico em que uma cultura é superior a outra, prejudicando os índios.      Fica claro, então, o mau prognóstico do desenvolvimento de medidas as quais rechaçam a subvalorização da cultura indígena no Brasil. No propósito de minimizar tal problemática, o Ministério da Cultura deve fomentar a proteção dessa população por meio de subsídios - financeiros e morais - à Fundação Nacional do Índio (FUNAI) a fim de garantir poderes políticos suficientes  para salvaguardar os direitos indígenas. As escolas, ainda, podem estimular o reconhecimento da importância desse povo por meio de debates e feiras públicas para dissociar do pensamento do estudante a única imagem de índio que ele possui: a dos livros didáticos, porque o índio moderno merece respeito.