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Enviada em: 13/10/2018

Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, a falta de estabilidade nas relações sociais, políticas e econômicas é fruto da modernidade líquida vivida no século XXI. Tal teoria evidencia as reações sociais marcadas de superficialidade e fluidez, que contribuem para a atual desvalorização da cultura indígena. Nesse contexto, o etnocentrismo e uma visão individualista são alguns dos fatores que influenciam, substancialmente, para a crescente depreciação da diversidade cultural dos povos nativos. Diante disso, são veementes mudanças no que se diz respeito à preservação dessa cultura e seu enaltecimento. Efetivamente, é notório que uma visão individualista e altruísta nas relações interpessoais desvaloriza a cultura indígena. Sob esse viés, tal infortúnio se configura devido a padrões socioculturais europeus estarem enraizados na cultura brasileira desde a colonização portuguesa. De fato, a catequese jesuítica foi um fator primordial para a depreciação da identidade indígena, fazendo, com isso, que ainda hoje se tenha uma visão pagã e preconceituosa da cultura nativa. Pode-se verificar um exemplo disso no trecho da carta de Pero Vaz de Caminha, “porém o melhor fruto que dela podemos tirar me parece que será salvar esta gente”. Desse modo, evidencia-se a cultura européia imposta aos índios, o que colaborou para sua depreciação de cultura e de valores, alertando a necessidade da valorização desse povo. Outrossim, é imprescindível que a cultura nativa seja valorizada e preservada, pois remete ao passado histórico e cultural da sociedade brasileira e não deve ser sucumbida pela globalização técnico – cientifica. Sem dúvida, pode-se verificar um processo de degradação cultural contínua desde a colonização brasileira conforme expresso nos versos de Oswald de Andrade que diz: “O português chegou de baixo de uma baita chuva e vestiu o índio. Que pena! Quem dera fosse um domingo de sol, o índio teria despido o português”. No poema de o autor impulsiona uma reflexão sobre o processo de aculturação indígena por meio dos valores portuguesa imposta aos nativos. Em face disso, nota-se que ao logo do tempo a cultura indígena ficou obsoleta apesar da primeira geração romântica idealizar o índio como uma figura heroica, mas sempre com virtudes típicas da sociedade européia, o que contribuiu, cada vez mais, para a diminuição da identidade dos nativos. É evidente, portanto, que ainda há entraves para garantir a solidificação de políticas públicas que incentivem a valorização e a preservação da cultura indígena. Destarte, o Ministério da cultura em parceria com a Escola deve incentivar a preservação e a manutenção da cultura nativa, por meio de resoluções e aulas temáticas que incentivem a conservação dos valores desse povo, bem como a sua perpetuação para descendentes, a fim de garantir a integridade cultural e histórica deles.