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Enviada em: 21/10/2018

A população indígena brasileira foi subjugada como inferior desde os primórdios da Colonização do século XVI; isso é comprovado na famosa Carta de Pero Vaz de Caminha (escrita no momento da chegada dos portugueses), nela ele descreveu a presença de um povo primitivo que precisava ser civilizado. Consoante a esse fato histórico, é possível inferir que a valorização dos grupos aborígines é imprescindível para reverter o atual panorama de intolerância e "corrigir" um erro histórico por meio da inclusão desses povos.   Primeiramente, é relevante ressaltar que os povos indígenas sofreram muitos genocídios durante os séculos seguintes à colonização, a intensa disputa por território criou uma visão deturpada de que os grupos de tradições nativas não são genuínos cidadãos, mas sim um tipo de invasor que deseja tomar as terras do "verdadeiro povo"; a esteriotipização do índio brasileiro acarreta na disseminação do preconceito e prejudica a inclusão dessas minorias.  Esse povo é muito mitificado, o que é comprovado nos livros do Romantismo Brasileiro (como em " O Guarani" de José de Alencar), sendo capaz de criar uma distância entre os aborígenes e o resto da população, acarretando na intensa falta de reconhecimento do indígena como contribuinte para a cultura nacional.   Em consonância, a estigmatização da cultura indígena diante da população de "não índios" afeta diretamente a construção de um registro da história do Brasil. A História é uma disciplina que pode ser definida como o estudo do passado, para entender o presente e melhorar o futuro, percebe-se que a tentativa de excluir a contribuição das culturas nativas para a construção da alteridade dos brasileiros gera uma lacuna informacional. Essa segregação prejudica a compreensão de como se constituiu a identidade nacional e, por consequência, afeta na inclusão dos indígenas de forma que respeite suas tradições; além disso, ela atrasa muitos estudos essenciais para melhorar a qualidade de vida da população, dentre eles, a construção do mapeamento genético dos brasileiros e a medicina natural que realizam; por isso é de extrema importância reconhecer a contribuição desses grupos para a sociedade atual.   Em virtude da menções anteriores, faz-se necessário que o Ministério da Educação realize um projeto de popularização das culturas ameríndias. Essa iniciativa concretizar-se-á por meio da inclusão da história dos povos nativos (seguindo os registros fósseis, as lendas e tradições) no currículo escolar obrigatório, visando que o maior contato e conhecimento sobre tais grupos diminua as barreiras criadas acerca da população aborígine. Assim a valorização indígena começará a ser uma realidade, para que superando esse problema da contemporaneidade possamos melhorar o nosso futuro.