Materiais:
Enviada em: 16/10/2018

Junto ao sonho de um país equânime, ainda sobrevive, com força maior do que se esperava para este tempo, o drama da importância de valorizar a população indígena. A expectativa de construção justa, como Aristóteles articula em ‘’A Política’’, desmorona ante à existência do expressivo número de indígenas que buscam seus direitos, ainda que sejam garantidos por lei. Desse modo, surge a necessidade de análise sobre o preconceito social a respeito de suas culturas e a falta de reconhecimento.         Com base nas teorias criadas por Charles Darwin no livro ‘’A origem das espécies’’, surgiu na década de 1870 o darwinismo social. Esse termo refere-se aos países que diziam ser mais evoluídos que os demais por se considerar como raça superior. Nesse viés, devido a falta de conhecimento sobre a cultura indígena, as pessoas criaram uma visão negativa sobre esses povos no Brasil, se esquecendo da contribuição de seus costumes, sua língua e alimentação para a formação da identidade nacional. Assim, as práticas preconceituosas de um povo tornam-se vigente perante as problemáticas educacionais de sua própria nação.         Vale lembrar também que os indígenas foram povos muito explorados com a chegada dos portugueses ao Brasil e tiveram suas terras tomadas, ficando sem um local para se estabelecer. Trazendo para a atualidade, embora o Estatuto do Índio garanta direitos como a posse permanente dos locais que habitam, além do direito de escolha dos meios de subsistência, esses benefícios não são assegurados. A escassez de alimentos, o desmatamento e o avanço das cidades sobre as matas são alguns fatores que motivaram os povos tradicionais a migrar para áreas urbanas, sendo obrigados a se integrar à sociedade nacional e viver da mesma maneira que qualquer pessoa, o que prova uma realidade injusta e excludente.            Portanto, é imprescindível a articulação de uma medida em torno da importância de valorizar a população indígena. Em termos práticos, as escolas, juntamente com o Ministério da Educação, podem inserir na grade curricular dos estudantes projetos que promovam o conhecimento da cultura desse povo e sua contribuição para a nação. Isso pode ser feito por meio de viagens anuais às tribos na Amazônia ou outra região, oferecidas gratuitamente pelo Governo, para mostrar aos alunos a cultura e os costumes de forma real, como forma de desconstruir preconceitos e alcançar a igualdade tão sonhada pelo povo brasileiro.