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Enviada em: 19/10/2018

O devido reconhecimento aos parentes de Iracema    Desde a chegada dos portugueses ao Brasil, e sua posterior colonização, os povos indígenas são vítimas de preconceitos, haja vista que nem mesmo na sociedade contemporânea têm sua alteridade respeitada. No mais, devido à crescente onda de intolerância às diferenças e a expansão latifundiária, as populações indígenas são cada vez menos valorizadas.     É importante considerar, inicialmente, que apesar dos vários movimentos literários que buscam enaltecer a figura nativa, essa ainda é alvo de intolerâncias. No romance indianista de José de Alencar, Iracema, nota-se a exaltação à fauna e flora, além da descrição de perfeição à protagonista. Porém, apesar disso, percebe-se que, por muitos, há uma inversão na lógica de conhecer a história, pois ao invés de aceitar e respeitar as culturas e tradições indígenas, busca-se sua extinção.    Além disso, nota-se que a expansão de latifúndios afeta não só a moral de conservação ambiental indígena, como também seu território. A banda Legião Urbana, por meio da música “Que país é esse?”, exprime um pensamento cada vez mais comum entre os grandes proprietários de terra e a população no seguinte trecho: “Mas o Brasil vai ficar rico [...] quando vendermos as almas dos nossos índios no leilão”. Entretanto, tal metáfora não condiz com a realidade, haja vista que, com tais medidas, haveriam perdas históricas e ambientais irreparáveis.    Faz-se necessário, portanto, a efetivação de medidas que valorizem as populações indígenas. É fundamental que o Poder Judiciário e a Polícia Militar punam com penas mais severas aqueles que agirem de forma preconceituosa às culturas e tradições dessas populações. Ademais, o Ministério do Verde e do Meio Ambiente deve interceptar qualquer expansão dos latifúndios, monitorando constantemente as áreas de preservação ambiental e as reservas indígenas. Dessa forma, a longo prazo, o Brasil aceitará as ideias contidas no Manifesto Antropofágico de Oswald de Andrade e valorizará igualmente todas as culturas.