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Enviada em: 21/10/2018

A partir do Iluminismo, compreende-se que uma comunidade só avança quando um se mobiliza com o problema do outro. Contudo, quando se observa a importância da população indígena, verifica-se que esse ideal iluminista é constatado na teoria, e não desejavelmente na prática, e a problemática persiste ligada à realidade do país, seja pelo estereótipo do autóctone, seja pela desvalorização da cultura nacional.      É indiscutível que o estereótipo está entre as causas do problema, tendo em vista que todo um corpo social associa a figura do índio a um ser que não possui escolaridade e que é um ser místico. Nessa lógica, segundo Freud em seu livro, ''Psicologia das Massas e Análise do Eu'', indivíduos tendem a suprimir o próprio ego e agir de acordo com o meio, oprimindo as diferenças. Assim, ressalva-se a importância de certos setores da sociedade, a exemplo de famílias e escolas, na formação cidadã dos brasileiros, para que o cenário visto pela importância de valorizar a população indígena deixe de ferir a Declaração Universal dos Direitos Humanos e se modifique positivamente.      Outrossim, o filósofo italiano Norberto Bobbio afirma que a dignidade humana é uma qualidade intrínseca ao homem, capaz de lhe dar direito ao respeito e à consideração por parte do Estado. Nessa lógica, é notável que o poder público não cumpre o seu papel enquanto agente fornecedor de direitos mínimos, uma vez que, segundo dados do IBGE, mais de 870 mil indígenas ainda lutam por direitos de terras e respeito para serem conquistados. A lamentável condição de vulnerabilidade à qual são expostos os nativos é percebida no déficit de políticas de reinserção vigente no país, que revela o despreparo da rede pública no que tange à inclusão e tratamento dessa camada, de modo a causar entraves à desvalorização da cultura nacional e, por conseguinte, não possuem direito a demarcação da terra em que vivem tradicionalmente. Desse modo, uma alteração nos princípios da sociedade é essencial para superar os obstáculos.     Portanto, indubitavelmente, medidas são necessárias para resolver esse problema. Destarte, a Mídia em parceria com a FUNAI deve trabalhar com campanhas de conscientização, a fim de trazer conhecimento e informação ao público. Como já declarado pelo pedagogo Paulo Freire, a educação transforma as pessoas, e essas mudam o mundo. Logo, o Ministério da Educação deve criar, nas escolas, palestras ministradas por psicólogos e representantes da cultura em questão, que discutam o combate a questão do índio, com o intuito de que o tecido social se separe de certos tabus para que não viva a realidade das sombras, bem como na alegoria da caverna de Platão.