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Enviada em: 23/10/2018

A carta de Pero Vaz de Caminha contava sobre a presença de um povo que, sob os olhares europeus de soberania, precisava ser civilizado: os índios. Estamos enganados se pensamos que não herdamos esse olhar. Nossos colonizadores fizeram o trabalho sujo do genocídio, mas nós contribuímos para que a questão indígena no Brasil tenha se agravado. Em primeiro lugar, é necessário encarar o fato de que nós ainda pensamos como os portugueses do século XVI. Principalmente quando subjugamos a cultura indígena, considerando-os selvagens e os colocando em segundo plano. Prova disso é o fato de classificarmos, popularmente, nossa língua como oficial, enquanto as deles são dialetos. Assim como a nossa cultura é classificada rica e civilizada, enquanto a deles é considerada folclore por muitos de nós. Contudo, a questão indígena é mais complexa. Além de tudo, os índios brasileiros ainda têm de lutar pela terra. Isso porque a bancada ruralista do nosso país vem tomando terras indígenas para alocar sua atividade comercial. Essa situação vem dizimando muitas tribos e impedindo o avanço de qualquer tentativa do governo brasileiro ou de ONGs que atuem na questão indígena no Brasil. Essa é, portanto, uma situação que não podemos mais sustentar. Chega de encarar os índios como intrusos, negando-os terra, voz e identidade. É preciso que nós lutemos e agreguemos à luta desses povos pela sobrevivência. Para tanto, o governo deve impedir a agricultura e a pecuária de gerar conflitos no campo, garantindo a vida e o sustento desses povos, para que possamos difundir suas culturas.