Materiais:
Enviada em: 30/10/2018

O trecho "Mas o Brasil vai ficar rico, vamos faturar um milhão quando vendermos todas almas dos nossos índios num leilão" da música "Que país é esse?" de Renato Russo, faz alegoria à questão da desvalorização do povo indígena brasileiro. Apesar de tal música já existir há certo tempo, atualmente ainda encontra-se desafios no reconhecimento dos direitos indígenas, a omissão do Estado juntamente com o preconceito enraizado no país funcionam como principais empecilhos.         Em primeira análise, é importante frisar que a Constituição Federal de 1988 garante os direitos e interesses do povo indígena. Consoante a Aristóteles no livro "Ética a Nicômaco", a política existe para garantir a felicidade dos cidadãos. Entretanto, esse conceito encontra-se deturpado no país, visto que a dificuldade em garantir as necessidades dos índios viola esse direito, permanecendo suas garantias previstas na Carta Magna somente no papel.        Além disso, observa-se que a desvalorização dos índios encontra terra fértil no individualismo e na falta de empatia. Na obra "Modernidade Líquida", Bauman defende que o homem pós moderno é fortemente influenciado pelo individualismo. Em razão disso, há, como consequência a falta de respeito contra esse povo, visto que seus costumes e forma de viver diferenciada provoca um olhar preconceituoso em muitos. Essa liquidez funciona como um empecilho para a resolução desse revés.     Diante dos fatos acima supracitados, é necessário que haja uma simbiose entre o poder Executivo e a Fundação Nacional dos Índios a fim de promoverem o cumprimento das leis já vigentes na Constituição por meio da fiscalização das áreas reservadas à eles, dessa forma, garantindo seus direitos. Além disso, deve o Ministério da Educação e Cultura em conjunto com Escolas desenvolver aulas e transformar o dia do índio em semana do índio, em que passariam a semana aprendendo e entendendo a cultura indígena, fazendo o povo brasileiro abraçar as diversas formas culturais, pois, segundo Hannah Arendt "a pluralidade é a lei da Terra".