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Enviada em: 29/10/2018

Na obra Iracema, de José de Alencar, a descrição do homem indígena é feita de forma idealizada. Essa idealização, comum no Romantismo do século XIX, auxiliou na consolidação da imagem do índio como objeto estético e símbolo nacional. Todavia, ao analisar os desafios da questão indígena, nota-se que tal imagem não atua no âmbito social. Diante disso, cabe avaliar os fatores que favorecem esse quadro, visto a importância da cultura indígena no Brasil.     De início, é preciso encarar que, como consequência dos escritos de Pero Vaz de Caminha, no século XVI, e da idealização do Romantismo, o brasileiro, no geral, possui uma visão equivocada do índio, considerando-os selvagens e pondo em segundo plano sua participação na sociedade. Essa visão etnocêntrica, infelizmente, é fruto de uma intolerância presente desde o Brasil colonial.     A questão cultural, porém, não é o único problema. Aprovado em 1973, o Estatuto do Índio propõe a proteção das comunidades indígenas e de seus direitos, garantindo posse permanente da terra em que habitam e direito ao usufruto exclusivo das riquezas naturais ali presentes. Conquanto, sabe-se que a bancada ruralista vem tomando terras indígenas para alocar a agropecuária. Essa situação vem dizimando tribos e impedindo as tentativas de assegurar o direito de existência desses povos.  Diante do exposto, conclui-se que a situação atual do índio é insustentável. Logo, é preciso que, com o auxilio da Funai e do Ministério Público, se agilize a demarcação de terras indígenas, impedindo a agropecuária de avançar nessas terras e, portanto, possibilitando a vivência e sustento desses povos. Garantindo esses direitos básicos, torna-se mais fácil a conservação e difusão dessa cultura de forma real através de ONGs e atividades escolares, reparando, assim, a dívida dos colonizadores.