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Enviada em: 31/10/2018

De acordo com o sociólogo Émile Durkheim,para o desenvolvimento pleno de uma sociedade,é imprescindível a presença da ''solidariedade orgânica'',a qual consiste na interdependência e na diversidade entre os indivíduos,de modo a gerar um meio coeso e harmônico.Todavia,a questão da falta de valorização dos índios configura-se como uma quebra dessa diretriz solidária,haja vista o passivismo social,assim como a discriminação mostram-se presentes no quadro atual.     Apesar da importância dos indígenas,sua cultura permanece desvalorizada.Fica evidente a influência dos índios não só na Língua Portuguesa com palavras em tupi guarani,principalmente,em nomes próprios,mas também nas tradições,refletidas em contos e lendas,assim como na alimentação:frutas e raízes. Nesse contexto,na primeira fase do Romantismo,a partir de uma visão ufanista do Brasil,os autores idealizaram o silvícola,tornando-o herói nacional.Porém,a falta de respeito aos hábitos e suas necessidades territoriais têm se mostrado tão preocupante,que foi necessária a criação de uma lei para garantir o direito dessa etnia,na constituição de 1988.     Como reflexo desse quadro,evidencia-se a invisibilidade social do índio.De acordo com o sociólogo Weber ''Neutro é quem já se decidiu pelo lado mais forte''.Nesse sentido,a passividade social diante da expansão dos territórios agropecuários sobre as terras indígenas,delimitadas juridicamente,evidencia que a população,no geral,escolheu o lado dos fazendeiros.Ademais,visto que a sociedade não vê o silvícola como um semelhante,criam-se estereótipos baseados no uso de vestimentas e adereços antigos que não refletem mais a realidade deles,servindo apenas como uma manifestação folclórica em eventos nas escolas,como no ''dia do índio''.Desse modo,a pouca visibilidade sobre esses povos dificulta a concretização dos seus direitos que se apresentam necessários para a sobrevivência deles.     Logo,enquanto o ideal de Durkheim não for posto em prática,enquanto o índio não for visto como um semelhante,enquanto a sociedade permanecer passiva,a desvalorização da população indígena continuará sendo um desafio a ser suplantado.Assim,o professor,junto a direção da escola,como agente formador de pessoas,deve,por meio de projeções de filmes e de palestras com profissionais especializados,criar debates,levar o seu aluno à reflexão para que ele,ao entender-se como parte de uma democracia,reflexo de uma intervenção cidadã,consiga construir uma realidade diferente,mais humana,menos inativa diante dos problemas sociais.Além disso,o Estado,por meio da Secretaria de Educação,deve fazer cumprira lei,já existente do ensino sobre história e cultura indígena a fim de se conscientizar sobre como uma etnia mostra-se importante na formação da pluralidade cultural que torna esse país tão singular.Assim,poder-se-á,enfim,um país organicamente solidário.