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Enviada em: 16/07/2019

"Palavra puxa palavra, uma ideia traz outra, e assim se faz um livro, um governo, ou uma revolução", disse o bruxo do Cosme Velho em um de seus contos. Sob esse viés, destaca-se a necessidade de um sério debate, no Brasil contemporâneo, acerca da importância de valorizar a população indígena. Nesse sentido, estimar esse grupo social é um desafio que se deve ao paradigma do índio e ao avanço do agronegócio.      A priori, vale ressaltar como o paradigma do índio importa para essa reflexão. Isso porque se construiu, no Brasil, a imagem de um indígena primitivo e inferior ao chamado "homem branco", uma vez que os nativos brasileiros possuem valores distintos aos do caucasiano. Tal realidade é ratificada no romance "O Guarani", de José de Alencar, o qual descreve o índio como alguém selvagem e ignorante. Desse modo, atribui-se a desvalorização indígena a uma construção social.     Outrossim, é importante destacar o avanço do agronegócio como empecilho para a valorização desse grupo. Ou seja, a invasão de fazendeiros sobre terras indígenas para o plantio de gêneros agrícolas contribui com a aculturação e a desvalorização dessa população, já que seu modo de vida tradicional se baseia no uso sustentável dos recursos naturais. Tal situação de uso predatório da natureza é confirmada no livro "Terras do Sem Fim", de Jorge Amado, o qual descreve a destruição da mata para dar lugar às plantações de cacau no sul da Bahia.      Diante dos fatos expostos, medidas precisam ser tomadas a fim de valorizar a população indígena. Para isso, a mídia, como meio de comunicação e elemento persuasivo, deve promover maiores informações acerca da cultura dos índios, com o intuito de construir novos paradigmas sobre esse grupo. Além disso, o poder público deve aumentar a fiscalização das terras indígenas e atribuir uma severa multa àqueles que invadirem esse espaço. Somente mediante a adoção dessas medidas, será possível estimar esse grupo social.