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Enviada em: 05/08/2019

A Estação Primeira da Mangueira levou para o Sambódromo Marquês de Sapucaí, no último carnaval, um enredo sobre o protagonismo de heróis populares brasileiros, dentre eles os índios Cariris e o guerreiro indígena Sapé Tiaraju, evidenciando a importância de se valorizar os povos indígenas além do que se aprende no dia do índio, nos espaços escolares. Nas alas foi demonstrado toda a resistência vivenciada pelos nativos brasileiros contra os colonizadores que tentaram, no passado, expulsar as tribos para se apossar de terras. Contrariando ao olhar dado pela escola de samba, o Estado e a sociedade vem negligenciando o valor dos índios.     A negação identitária é um exemplo claro de desvalorização indígena, tendo em vista que essa minoria social, desde a colonização portuguesa, é considerada como selvagem. Essa ideia, sobretudo, vem sendo perpetuada por meio da mídia em novelas e filmes, até mesmo na literatura, como se os heróis brasileiros fossem a memória estereotipada de um bárbaro.     Além disso, a omissão governamental em garantir um pedaço de terra para os índios contribui para a dizimação destes povos, haja vista, que grandes empresas tentam fazer acordos diretos e injustos com os líderes das tribos, com o intuito de acelerar a exploração predatória dos recursos naturais, o que gera grandes conflitos. De acordo com o site G1, no ano de 2013, mais de 50% dos assassinatos em conflitos foram de índios de diversas regiões brasileiras.     Entende-se diante do exposto, que as Secretarias de Educação, em parceria com as escolas, precisam desenvolver estratégias pedagógicas, por meio de projetos culturais, que contribuam na valorização dos povos indígenas brasileiros, a fim de diluir a ideia estereotipada do índio. Ademais, o Governo Federal junto com a Fundação Nacional do Índio devem criar medidas que acelerem o processo de demarcação das terras indígenas para diminuir as mortes por conflitos. Afinal, é preciso dar voz ao índio, que desde a época do descobrimento são grandes heróis.