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Enviada em: 27/07/2017

No poema "Erro de português", o escritor modernista, Oswald de Andrade, diz: "Quando o português chegou/ Debaixo duma bruta chuva/ Vestiu o índio/ Que pena! Fosse uma manhã de sol/ O índio tinha despido/ O português". A chegada dos portugueses veio acompanhada da prática etnocêntrica, gerando uma dominação violenta e impositiva. Como resultado, houve o extermínio de muitos indígenas e a desapropriação de suas terras. À vista disso, o desafio social e político nacional é a preservação das tradições e a melhoria na qualidade de vida desses autóctones, que fazem parte da miscigenada raiz brasileira.       De acordo com constatações do alemão Hans Staden (1557), os índios dividiam sua comida por igual e não havia segregação entre si. Eram a personificação do mito “bom selvagem” de Rousseau. Entretanto, alguns costumes dos "tamoios" chocaram os europeus e o clero: aos guerreiros era permitida a poligamia, meninos escolhiam mulheres mais velhas para perder a virgindade, usavam ervas para ampliar a percepção, acreditavam em vários Deuses, praticavam a antropofagia como ato ritualístico.      Sendo assim, do ponto de vista antropológico, pode-se dizer que o português errou ao impor sua cultura sobre a indígena. Por outro lado, um fato que deve ser considerado, é que não importa quem seja o dominado e quem seja o dominador: o contato entre culturas distintas produz um novo mundo. E nesse caso, o erro do português produziu um mundo - nos âmbitos social, cultural, econômico, linguístico - mais rico e sincrético.     Dessa forma, deve-se respeitar o esforço e o sofrimento dos nativos que colaboraram para a construção da identidade nacional e até hoje lutam para preservar suas raízes culturais. Portanto, a FUNAI deve acelerar o processo de regularização, registro e monitoramento das terras tradicionalmente ocupadas pelos índios, para reduzir os conflitos em seus domínios. Já a Receita Federal cabe o repasse de mais impostos para estados e municípios que abriguem comunidades indígenas, visando melhorias no sistema de saúde, educação, transporte e comunicação.