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Enviada em: 26/08/2017

Recentemente, no termino do 15º Encontro de Culturas Tradicionais, em Goiás, os membros da tribo Kayapó alegaram a ocorrência de um ignóbil episódio de discriminação dentro do veículo que os levara para casa. Diante do quadro vigente, é de suma importância valorizar a população indígena no Brasil, seja pela origem histórico-cultural intrínseca a sociedade brasileira, seja pelo passado doloroso mediante a colonização. Todavia, haja vista as atitudes preconceituosas e a intensa disputa por terras contra os latifundiários, percebe-se que o ideário valorizador ainda não saiu do plano teórico.     Durante a primeira fase da literatura romântica, no Brasil, a personalidade indígena ganhou destaque sendo representada como o "bom selvagem" da cultura canarinha. Nesse ínterim, torna-se evidente a importância da valorização da população indígena, não apenas no que tange a preservação de seus costumes e crenças, que até os dias atuais são praticados, mas também por todo sofrimento vivido no passado colonial. Exploração da mão de obra, processos de aculturação, discriminação e castigos físicos são exemplos das vicissitudes que foram impostas à sociedade nativa pelos colonizadores portugueses, deixando um legado histórico que reflete nas atuais manifestações racistas cotidianas. Sob essa ótica, é imprescindível medidas que assegurem os direitos desse povo frente às atitudes hodiernas, sobretudo, preconceituosas e intolerantes.     Ademais, muito se discute acerca da concomitante disputa territorial a qual os latifundiários apropriam dos terrenos indígenas, visando a utilização para plantio e criação de gado. No século XV, entretanto, antes mesmo do primeiro navio português chegar no litoral brasileiro, milhões de habitantes indígenas já viviam em todo o território tropical e, sem o mínimo escrúpulo, foram expulsos de suas terras. Com efeito, é mais do que justo o governo federal apoiá-los na causa vigente,  objetivando a demarcação do território destinado aos povos nativos e punindo qualquer instituição que adentre este com fins comerciais sem a permissão da população nativista.     É necessário, portanto, uma ação conjunta de toda a sociedade para que seja estabelecida a "homeostase" do corpo social frente à nova problemática em questão. Em primeiro plano, o Ministério da Cultura deve promover a valorização da população indígena por meio de eventos na mídia e em escolas dando enfoque, também, ao preconceito até hoje existente, incentivando o repúdio e denúncia deste. O Poder Executivo, por sua vez, deve adotar patrulhas policiais ao redor das terras dos índios nativos, apreendendo qualquer evidência de invasão latifundiária.