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Enviada em: 22/10/2017

Conforme defendeu Gilberto Freyre na obra ''Casa Grande e Senzala'', a pluralidade de etnias que existe no Brasil forma a identidade do país. Sendo assim, todas elas devem ser respeitadas, porém, desde a colonização os índios são vítimas do preconceito e de negligência. Diante disso, deve-se analisar como a herança histórico-cultural e o poder público prejudicam a questão indígena na sociedade brasileira contemporânea.    Em primeira análise, vale ressaltar que isso decorre do século XVI, quando a ordem escravocrata disseminou que tais povos eram animais que precisavam ser domesticados. A sociedade, então, por tender a incorporar as estruturas sociais de sua época, conforme defendeu Pierre Bordieu, naturalizou esse pensamento e passou a reproduzir a ideia de que eles eram inferiores. Lamentavelmente, o etnocentrismo persiste nos dias atuais e é desenvolvido logo na infância através de, canções infantis que retratam os índios de maneira folclórica. Assim, as crianças interiorizam, naturalizam e reproduzem o preconceito ao longo da vida.     Somado a isso, o poder público negligência os direitos dos povos indígenas. Isso porque, embora o Estatuto do Índio tenha sido aprovado na década de 1970, o Estado não garante efetivação de muitas conquistas que constam nessa legislação. O inciso do artigo 2, reconhece a eles o direito sobre as terras que habitualmente ocupam, porém essa não é uma realidade no país, pois os interesses socioeconômicos de setores do poder público atrelados ao agronegócio dificultam o processo de demarcação das terras. Por consequência disso, aumentam os conflitos por posse de terra.      Logo, é vital que, a priori, o Ministério da Educação inclua o ensino obrigatório sobre a cultura e a história indígena na grade curricular dos ensinos infantil, fundamental e médio afim de impedir o desenvolvimento e a potencialização do preconceito. Ademais, o Ministério Público, em parceria com a FUNAI, deve garantir e efetivar os direitos dos índios, sobretudo a demarcação e a fiscalização da terra, mas é preciso realizar concursos públicos para contratar os fiscalizadores.