Enviada em: 24/10/2017

Na obra do escritor José de Alencar, em "Iracema", a personagem principal é uma espécie de mito de fundação da identidade brasileira. No entanto, nos dias hodiernos, os desafios da população indígena são pertinentes e suas causas são históricas e econômicas.       Desde a chegada das caravelas portuguesas, no início do século XVI, não há respeito pela cultura e, muito menos, pelas terras indígenas. E uma das ações da Coroa de Portugal para violar a terra tupiniquim, foi a criação das capitanias hereditárias. Esse fato, na atualidade, trouxe graves consequências para a população indígena, como a marginalização e a diminuição drástica de sua área de subsistência. Desse modo, as raízes históricas implicam para os desafios dos direitos indígenas.     Além disso, como disse o Mahatma Gandhi "A natureza pode suprir todas as necessidades humanas, menos a sua ganância". Sob essa ótica, a chamada fronteira agrícola, por razões econômicas, vem deixando rastros de destruição nas florestas e ocupando as demarcações indígenas, para o plantio de grãos. Apesar de alavancar a economia brasileira, essa ação é movida pela avidez por lucro, pois há muitos casos de violência e mortes de índios. Diante disso, o progredir dos direitos indígenas e sua importância para a multicultura do Brasil, não vem sendo respeitados.     Urge, portanto, que o Estado resolva o impasse na questão indígena e seus desafios. Cabe ao Ministério do Meio Ambiente fomentar políticas públicas para aprimorar a fiscalização de empresas que financiam a fronteira agrícola, por meio de leis mais severas e multas que possam ser revertidas para ONG's, que trabalham na preservação cultural e melhorias educacionais. Ademais, é importante que a Secretária dos Direitos Humanos pressione o Supremo Tribunal Federal para uma proteção melhor nas demarcações indígenas. Só assim, a obra "Iracema" será uma imagem da identidade brasileira valorizada.