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Enviada em: 27/10/2017

No Brasil, no século XIX, o Romance Indianista idealizava o índio como um ser puro e digno de respeito para inserir na sociedade um sentimento de nacionalidade. Hodiernamente, observa-se grande ruptura com esse passado e uma preocupante desvalorização dos povos indígenas. Nesse contexto, há dois fatores que não podem ser negligenciados: o desrespeito das leis e a segregação da população supracitada.      Cabe ressaltar, a princípio, que, o descumprimento da legislação gera o genocídio. Apesar da Constituição Brasileira de 1988 garantir aos povos nativos o direito exclusivo de determinadas terras, a demora dessa demarcação faz com que muitos fazendeiros, com interesse em expandir espaços para a pecuária, se aproveitem e façam invasões nestes locais, por meio de violência contra os moradores de tribos que sejam resistentes. Por conseguinte, os conflitos envolvendo terras indígenas possuem notícias alarmantes, como o ocorrido no sul do país, em 2017, no qual vários índios Guarani Kaiová foram violentamente assassinados por virtude de brigas de terra.      Além disso, vale frisar que o errôneo pensamento eurocêntrico advindo da colonização reflete a sociedade atual. No descobrimento, em 1500, os índios eram vistos como selvagens, logo, foram submetidos a uma ''reeducação'' baseada nos hábitos europeus, que até então eram vistos como o único correto. Observa-se que a falta de informações atuais sobre os nativos é o rastilho do preconceito, sendo lembrados apenas na época do folclore, aonde a cultura indígena é retratada de maneira distante da realidade.      Portanto, medidas são necessárias para resolver os problemas intrínsecos à desvalorização da civilização elencada. Dessa forma, cabe ao Estado, como gestor dos interesses da coletividade, através do Ministério da Fazenda, em parceria com o Poder Judiciário, contratar mais funcionários responsáveis pelas demarcações, a fim de conseguir suprir a demanda rapidamente e, por consequência, diminuir os genocídios. Além disso, o Ministério da Educação deve, em parceria com a FUNAI (Fundação Nacional do Índio), aplicar palestras semestrais nas escolas, a fim de informar as crianças e jovens sobre a realidade indígena e destruir possíveis discriminações. Isto posto, o impasse elencado deixará de fazer parte da realidade brasileira.