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Enviada em: 03/04/2018

Conforme defendeu o cientista social Gilberto Freyre, na obra "Casa Grande e Senzala", a pluralidade de etnias que existe no Brasil forma a identidade do país. Sendo assim, todas elas devem ser respeitadas. Porém, desde a colonização, os índios são vítimas de preconceito e negligência. Assim, deve-se analisar como a herança histórico-cultural e a omissão do Estado prejudicam a questão.       A herança histórico-cultural é a principal responsável pela manutenção de preconceitos. Isso decorre do século XVI, quando a ordem escravocrata disseminou ideias de superioridade étnica. A sociedade então, por tender a incorporar costumes de época, naturalizou esse pensamento e passou a reproduzir a ideia de que os aborígenes eram  inferiores. Isso é desenvolvido desde a infância, onde por meio de canções, os índios são tratados como seres folclóricos. Fator esse que mantém o etnocentrismo.       Em consonância à sociedade, nota-se que o poder público negligencia os direitos da população indígena. Isso porque, embora a Constituição Federal de 1988 os garanta, o Estado não garante a efetivação de muitas conquistas que constam na legislação. A realidade é contraproducente e a regra constitucional é claramente infringida, pois os interesses socioeconômicos impedem a falta de compromisso com  fiscalização das leis, principalmente das que tratam sobre demarcação de terras. Logo, não se sustenta a tese de equidade e os conflitos nativos aumentam.       Torna-se evidente, assim, que no Brasil, os povos indígenas são historicamente inferiorizados pela sociedade e pelo Estado. O Ministério da Educação, portanto, deve incluir o ensino obrigatório sobre a cultura e a história indígena na grade curricular de todos os níveis de ensino, a fim de impedir o desenvolvimento e potencialização de preconceitos. Ademais, a Fundação Nacional do Índio, em parceria com o Ministério Público deve garantir e efetivar as demarcações e fiscalizações das terras de áreas aborígenes. Dessa forma, a questão indígena será melhorada e a pluralidade defendida por Freyre, respeitada.