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Enviada em: 06/06/2019

Paulo Freire, patrono da educação no Brasil, já dizia que "se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco o mundo muda”. Ao pontuar isso, ele se referia ao poder da educação em seu aspecto mais psicossocial. Entretanto, essa premissa também se faz verdade no que tange o aspecto ambiental, visto que somente a sapiência poderá suportar um modelo de desenvolvimento sustentável no Brasil.       Carlos Machado Freitas, grande pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz, em seu livro "Saúde, ambiente e sustentabilidade" aponta como o capitalismo tem detraído o meio ambiente. No livro, a partir de dados de 2005 da Organização Mundial de Saúde, ele aponta a ligação direta entre o crescimento das indústrias e da perda da biota, além de maior emissão de gases que aumentam o efeito estufa. Ademais, o Painel Internacional das Mudanças Climáticas (IPCC), da ONU, acrescenta que se a temperatura terrestre aumentar mais meio grau Celsius, as consequências globais serão enormes, verba gratia alagamento de cidades e maior intensidade dos desastres naturais. Não coincidentemente, todas os citados também apontam a importância de se pensar em uma forma de desenvolvimento mais sustentável na atualidade, visto que se o capital continuar com o status quo, o mundo não vai aguentar.        Hodiernamente, os mecanismos mais utilizados de desenvolvimento sustentável são produtos das pesquisas científicas em universidades. Vide, a Universidade Federal do  Ceará que, considerando o contexto local em que há muita pesca, criou uma pomada a partir de restos de peixe, o que diminuirá a fabricação industrial, consequentemente diminuindo a emissão de gases do efeito estufa. Essas pesquisas, de acordo com o Ministério da Educação e Cultura, são 80% derivadas das universidades públicas. Entretanto, o Estado tem constantemente cortado verba dessas instituições, como por exemplo, no início de maio de 2019, em que foi congelado 40% do orçamento de manutenção e pesquisa da Universidade Federal do  Rio de Janeiro.        Destarte, considerando a importância de um desenvolvimento alternativo, também é importante o desenvolvimento para com as pesquisas nacionais, pois só elas conseguirão mudar o modo de consumo e reaproveitação das matérias-primas. Isso pode acontecer, obviamente, com o fim dos cortes do Estado nas universidades públicas. Também, será produtivo o investimento do Ministério da Educação em programas de iniciação científicas escolares voltados para o tema, visando despertar essas ideias desde o Ensino Médio, e também para que transforme a ideologia de consumo dos futuros pensadores do Brasil, pois, como Paulo Freire também dizia "educação não transforma o mundo, educação muda pessoas. Pessoas mudam o mundo".