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Enviada em: 06/07/2019

Destoante da realidade ideal, a sociedade brasileira tem se constituído ao longo dos anos baseando-se numa lógica desconectada da responsabilidade com o meio ambiente e, consequente-mente, com as gerações futuras. Nesse sentido, parte do problema está direta e intimamente ligado à incapacidade coletiva em se atentar e se importar com a necessidade em se preservar a fauna e flora que ainda resta como forma de promover a continuidade dos recursos terrestres. Além disso, também existe um ponto importante da questão associado à falha do Estado em progredir no processo de desenvolvimento do país por meio de uma perspectiva sustentável e, pois, lúcida.      Nesse ínterim, embora diversas convenções ecológicas tenham ocorrido ao longo dos anos como estratégia para alertar aos riscos da irresponsabilidade e viabilizar métodos eficazes para a solução do problema, a população como um todo ainda não absorveu essa informação e preocupação. A própria Severn Suzuki, um ícone na conferência eco-92, alerta, quase 20 anos depois para a real necessidade de se buscar a ação da escala micro para macro, dentro de um contexto em que cabe ao indivíduo, em cada pequena ação, antes de tudo, reavaliar sua forma de viver e experienciar a própria realidade, respeitando os limites entre desenvolvimento e sustentabilidade. Desse modo, a resolução para o problema vem da parte para o todo -- do hipônimo ao hiperônimo --, a partir de iniciativas simples e que façam parte do cotidiano de cada um.      Outrossim, malgrado as iniciativas governamentais para a proteção e preservação da fauna e da flora brasileira, como os projetos SIVAM e SIPAM por exemplo, as ações mostram-se ainda muito restritivas e especificas dentro de uma lógica em que abrange um panorama reduzido do real problema. Nesse viés, em um sinal de desatenção do governo, desastres tais quais o de Mariana e Brumadinho passam a ser a clara representação do descaso com o meio ambiente, na exata medida em que a exploração de recursos vem desvencilhado da necessidade de prevenção a acidentes, como os ocorridos, que atingem tanto natureza quanto sociedade negativamente em vários níveis de intensidade. Assim sendo, fica evidente que boa parte da questão se resuma à irresponsabilidade.      Destarte, o desenvolvimento sustentável é um projeto de sociedade que se deve buscar, mas que enfrenta muitos empecilhos para sua aplicação no mundo real. Por isso, cabe ao Estado, na figura do Ministério do Desenvolvimento por exemplo, o papel de implementar leis que auxiliem na tentativa de se alcançar esse patamar quase utópico, por meio de emendas constitucionais que alterem o nível da responsabilidade das empresas exploradoras para que haja mais rigor, mesmo que forçosamente, em relação à preocupação com o desenvolvimento sustentável.