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Enviada em: 19/06/2018

A luta feminista é importantíssima, foi percursora de vários avanços em relação ao direito feminino, e, muito além dele, ao direito humano. Isso porque essa luta diz respeito à isonomia, princípio fundamental da Declaração Universal dos Direitos Humanos. Assim, reconhece-se o feminismo, como diria Chimamanda Ngozi Adchie, a crença na "igualdade social, politica e econômica entre os sexos" e entende-se que ainda há muito o que fazer para que a luta seja totalmente ganha.       Acerca desse assunto, mesmo com conquistas como o voto e ao divórcio, amplamente exercidos no Brasil, ainda há gargalos quanto o direito à integridade física e à vida. Isso porque, mesmo com a conquista da Lei Maria da Penha, uma mulher ainda é violentada a cada 12 segundos, segundo a Secretaria de Políticas para Mulheres do Governo Federal. Seja pelo marido, seja assédio sexual no ambiente de trabalho ou cantadas na rua: mulheres ainda são expostas à situações que poderiam ser evitadas se houvesse respeito e isonomia social, mas, infelizmente, elas ainda são objetificadas.       Além disso, embora mulheres possam eleger e ser eleitas, sua representatividade política, mesmo sendo maioria populacional, ainda é pouca: Merkel e Dilma são exceções. Com isso, a luta por seus direitos se vê prejudicada, já que não há quorum suficiente feminino no Senado ou na Câmara para aprovar projetos que, de alguma forma, estacionem a misoginia e a violência sexual. E isso é de praxe por ser herança histórica de uma sociedade patriarcal onde a mulher não tem voz e se torna recalcada.       Outrossim, as mulheres ainda ganham cerca de 30% a menos que os homens no Brasil, segundo o Banco Interamericano do Desenvolvimento. Tal fato se torna transcendental quando se observa a jornada de trabalho da mulher: é bem maior que a do homem. Ela trabalha fora e em casa, além de cuidar dos filhos que, em grande parte das vezes, foram abandonados pelo pai. Enquanto isso, o homem costuma trabalhar somente fora e, quando em casa, não cumpre os afazeres domésticos.       Logo, é exímia importância que a o Ministério de Planejamento e Desenvolvimento Social, em parceria com a Polícia Federal criem mais delegacias da mulher, de modo a receber as ocorrências, investigá-las e punir os responsáveis de qualquer tipo de misoginia e pôr em prática a Lei Maria da Penha, que é negligenciada. Igualmente, é necessário que haja, por decreto do Executivo, uma Emenda Constitucional com intuito de criar cotas para eleição de mulheres para representar a totalidade da sociedade brasileira. Ademais, é fundamental a criação de um projeto de lei, por meio do Legislativo, de modo a regulamentar que, independente do sexo, pessoas em cargos iguais ganhem os mesmos salários. Assim, aos poucos, se alçaria a isonomia e a frase de Chimamanda deixaria de ser uma crença, tornando-se realidade.