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Enviada em: 03/07/2018

Para Aristóteles, a diferença entre homens e mulheres limitava-se à quantidade de calor recebido pela mãe durante a gestação: caso houvesse calor suficiente para o pleno desenvolvimento dos orgãos genitais, nasceria um menino; caso contrário, o desenvolvimento seria comprometido e, então, nasceria uma menina. Diante disso, percebe-se que na conjuntura medieval a mulher era vista como um "homem incompleto" e algo oriundo de insuficiências, fato que influenciou a cultura de inferiorização feminina no Ocidente. Com a chegada da Modernidade, o movimento feminista foi o responsável pela reação feminina à dominação de seus direitos mais básicos.            Sob tal ótica, o chamado contrato tácito de troca determinava que os homens deveriam prover o sustento da casa, enquanto as mulheres seriam encarregadas dos cuidados domésticos e da satisfação sexual do marido. Com isso, desconsiderava-se o fator psicológico e emocional da mulher - enquanto ser humano completo - em detrimento da dominação a que estavam submetidas, abrindo espaço para o enquadramento feminino no papel de coisa utilizável e descartável. Além disso, as roupas e a aparência física tornaram-se fatores majoritários no julgamento do caráter de uma mulher, como é perceptível ainda hoje em campanhas publicitárias, festas e situações em que a sexualidade feminina é tratada como um tabu.            Por conseguinte, a escritora feminista e existencialista Simone de Beauvoir dissertou no segundo volume de sua obra O Segundo Sexo sobre a construção da essência feminina. Esta, que ainda é tida quase como obrigatória e irrefutável, é baseada na concepção de mundo segundo uma perspectiva masculina, o androcentrismo. Desde a Idade Média, com Aristóteles, as ideologias, os movimentos revolucionários e os cargos de autoridade foram liderados por figuras viris, principalmente por haver um paradigma de incapacidade feminina, o que conferiu a elas o papel de objeto na historiografia, e não de sujeito equiparado eu homem.            Infere-se, portanto, que a necessidade da luta feminina em prol de seus direitos básicos é uma realidade. Assim, a mídia deve agir através de quadros em programas de televisão e incentivos ao debate em redes sociais sobre a temática, a fim de que haja fortalecimento feminino e apoio aos grupos militantes contra a dominação masculina. Ademais, as Escolas devem, em parceria com as famílias, trabalhar em projetos de valorização de talentos, a fim de quebrar o paradigma de inferioridade feminina e equiparar ambos os sexos como sujeitos. Assim, o país progressivamente avançará.