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Enviada em: 29/10/2018

Sexo frágil?        Até meados do século XVIII, a maioria das mulheres eram condicionadas a serem donas de casa, esposas e mães. A partir da Revolução Industrial, elas foram conquistando o seu espaço no mercado de trabalho. No âmbito político, conseguiram o direito de votar, após muitas reivindicações das sufragistas. Hodierno, o feminismo busca ampliar e aprimorar os direitos das mulheres na sociedade, pois ainda há uma forte cultura patriarcal enraizada. A despeito disso, existe uma prevalente negligência social em relação a esse movimento.        Em princípio, apesar dos avanços, o gênero feminino ainda é, muitas vezes, inferiorizado e violentado na atualidade. Conforme pesquisa divulgada no site Carta Capital, as mulheres ganham em média 30 % menos que os homens com a mesma função. Essa realidade é conhecida por todos, mas mesmo assim são insipientes as ações governamentais para mudar esse quadro. Além disso, dados do Mapa da violência de 2015, mostram que 13 mulheres perdem a vida todos os dias, vítimas de feminicídio. Dessa forma, percebe-se a relevância da união em busca da quebra de paradigmas, visto que o machismo tem gerado a morte.       Em contrapartida, por desconhecimento ou por medo de perder privilégios, muitos indivíduos tentam deslegitimar a busca pela equidade de gênero. De acordo com a escritora Simone de Beauvoir, “não se nasce mulher, torna-se mulher”. Desse modo, entende-se que não há um destino biológico traçado e sim, um papel construído, culturalmente. No entanto, as iniciativas de rompimento com essa convenção social são deturpadas por homens e algumas mulheres, os quais consideram o movimento como machismo reverso e ignoram a necessidade de reclamar a igualdade e o respeito aos direitos humanos, independente do sexo.        Deve-se, portanto, adotar mecanismos para romper com os estigmas do passado e alavancar iniciativas de resiliência. Para tanto, cabe ao Poder Judiciário, por meio das delegacias especializadas, fazer parcerias com representantes do movimento feminista, com o objetivo de realizar campanhas nas escolas e nas ruas sobre as discrepâncias de gênero e sobre o trabalho de empoderamento feito por essas agentes, a fim de que a população possa se engajar na causa e denunciar casos de violência. Já a mídia, com seu papel formador de opinião, deve discutir em seus programas sobre as diversas vertentes do feminismo e sua importância histórica na liberdade de escolha feminina, para que a convenção de sexo frágil fique no passado.