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Enviada em: 01/06/2018

O conceito de ‘Ação Social’ de um dos fundadores da sociologia, Max Weber, consiste em determinar os nexos causais de nossas atividades na sociedade, ramificando -se em quatro esferas, sendo uma delas a ação social relacionada a valores, na qual o exercício é de cunho ideológico. Podemos relacionar tal concepção com o sufrágio, prática em que o cunho ideológico é político, direcionado pela afinidade de princípios com seu candidato a fim de eleger um representante que de fato realize medidas benéficas para a comunidade. No entanto, ludibriados pela mídia ou pelo voto comprado, essa ação tem sido cada vez menos consciente e menos relacionada a valores, causando um flagelo na democracia brasileira.      Adesivos em carros, folhetos nas ruas e horário eleitoral na rede nacional de televisão: muito é realizado com o fim de mostrar aos cidadãos quem são seus candidatos. Porém, poucos eleitores sabem de maneira efetiva o que cada cargo tem como incumbência, e pouco é feito para mostrá-los tal tópico, o que torna mais fácil a prática atualizada do ‘Voto de Cabresto’ da Primeira República Brasileira (1889-1930), mecanismo que consistia na pressão e intimidação dos grandes latifundiários com seus empregados no ato do voto, para que os últimos votassem em seus patrões.       O resquício dessa fraude eleitoral na contemporaneidade respalda na coerção cordial do sufrágio, uma vez que sem conhecer a legislação ou obrigações do candidato, os votantes são manipulados por promessas utópicas e errôneas, e, sem esperança na eficiência de sua ação sufragista no quadro político do país, vendem seu voto por produtos de necessidade básica ou bens de consumo duráveis, como cestas básicas e eletrodomésticos. Dessa forma, é mantida a estrutura em que o cidadão fica à deriva da democracia, sem poder reivindicar direitos ou contribuir para uma sociedade mais justa, acarretando em falácias progressistas e uma concentração de poder desequilibrada entre os indivíduos.                    Portanto, é necessário que o Ministério da Educação, juntamente com o Ministério da Justiça, realize um projeto de ensinamento da legislação na urbe e nas escolas, ministrado por advogados, diplomatas e historiadores, a fim de mostrar aos sufragistas a responsabilidade de cada órgão e funcionário público, além de ressaltar a importância da prática consciente do voto para a construção de uma democracia íntegra e legítima; com a participação ativa de todos. Mediante essas providências, espera-se que a prática do voto se concretize em uma ação social factualmente relacionada a valores.