Muito se discute sobre a corrupção, o desgoverno e a desigualdade no Brasil. Nesse contexto, é necessária a compreensão das responsabilidades dos cidadãos para que o voto seja instrumento relevante para as mudanças sociais. Isso não só a partir da cobrança popular por uma gestão mais coerente do Poder Executivo, mas também pela escolha dos candidatos que estão mais aptos ao exercício das transformações no país. A princípio, a pouca pressão sobre as decisões políticas é um entrave às melhorias sociais brasileiras. Assim como no século 19, a população foi expectadora da Proclamação da República, ainda no século 21, continua sem participar e compreender muitas das medidas políticas. Em decorrência disso, assiste “bestializada” a promulgação de emendas constitucionais que interferem diretamente em avanços sociais, sem que nada seja feito para o impedimento disso. Dessa forma, para que o voto seja um caminho a atingir educação e saúde melhores, por exemplo, a postura cidadã deve ser mudada também para além do período eleitoral. Além disso, é preciso avaliar os candidatos em, pelo menos, três modalidades: primeiramente, os seus históricos de atuação e compromisso com a sociedade, incluindo o que já foi feito por aqueles e se houve corrupção; em segundo lugar, quais são os seus projetos de governo, e se esses projetos estabelecem prioridades sociais. Por fim, se as ideias são sólidas e cabíveis, para que não sejam eleitos os discursos mais bonitos, porém não aplicáveis. Assim, para que o Estado cumpra com o “contrato social” de garantir aos cidadãos os direitos imprescindíveis, o voto deve ser feito com a devida atenção. Por todos esses aspectos, faz-se necessário que o Ministério da Educação promova a difusão do conhecimento acerca do papel político dos cidadãos, por intermédio de um ensino sobre governo e responsabilidade coletiva, visando a aprendizagem das esferas de poder, o histórico da conquista do voto e as funções dos gestores. Além disso, é imprescindível que o Estado destine maiores investimentos aos órgãos fiscalizadores para um maior controle da máquina pública. Dessa forma, o voto será a ferramenta de promoção das mudanças sociais brasileiras.