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Enviada em: 05/10/2018

A Constituição Federal Brasileira, fundamentada na Declaração Universal dos Direitos Humanos, garante a universalidade no acesso à dignidade de modo inalienável. No entanto, essa garantia não é respeitada devido a uma crise de valores éticos e morais no âmago social, a qual corrobora para o crescimento da dificuldade do brasileiro em realizar um voto consciente. Urge, então, a necessidade de analisar as causas, consequências e possível solução para esse empasse, a fim de reestabelecer a ordem e promover o progresso, fazendo jus ao lema positivista da bandeira nacional.       Primeiramente, vale ressaltar a importância do fenômeno da macrocefalia urbana como causa para maiores obstáculos na conquista do sufrágio responsável. Isso porque com a extensão do tecido urbano, o governo passa a não efetivar direitos básicos, como a educação, promovendo uma população alienada pela precariedade no acesso ao saber. Entretanto, esse fato é de interesse positivo para determinados políticos, considerando que, ao obter eleitores desinformados, os mesmos se veem livres para relizar ações imorais as quais passam despercebidas desde que sejam feitas concessões para a massa, assemelhando-se ao ocorrido no governo de Getúlio Vargas, no qual foram realizados atos os quais favoreciam parcela da população durante um regime controlador.  Desse modo, os cidadãos se veem inseridos em um corpo social com regentes e canditados desinteressados em obter votantes pensantes e, assim, sem desejo de construir um sistema educacional funcional e de qualidade, negligenciando a acessibilidade da educação e resultando na inconsequência eleitoral.       Ademais, nota-se que a decisão do voto tem consequência direta na situação do país. Tal fato é de extrema relevância e acaba não sendo percebido pela população, a qual diversas vezes realiza sua decisão eleitoral sem ao menos conhecer as propostas dos candidatos, circunstância a qual gera a perda do verdadeiro poder de intervenção do sufragista, o que é percebido pela afirmativa  "conhecimento é poder", do filósofo Francis Bacon. Assim, o sujeito torna-se incapaz de promover a mudança desejada em sua nação, ocasionando efeitos como a precariedade nos setores da saúde, educação, lazer, transporte e outros e, logo, tendo seus direitos negligênciados pela incompreensão.       Evidencia-se, portanto, que o descaso com o voto é resultado da crise de valores éticos e morais do constructo social. Diante disso, as Organizações Não Governamentais devem promover a maior cautela com a decisão do sufrágio por meio da divulgação da importância do mesmo e do ensino de como realizá-lo com prudência. Isso pode ocorrer com a criação de cursos políticos gratuitos antes da época de eleições em locais públicos os quais instruam a massa populacional acerca da magnitude de sua escolha e a encontrar candidatos de acordo com seus ideais, a fim de dignificar o direito ao voto.