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Enviada em: 17/10/2018

Absorta pela onda de corrupção que estampa os principais meios de comunicação, parte da sociedade vê a política com ceticismo. Nesse cenário de descrença, emergem opiniões que logram desacreditar todo o sistema e, com isso, promover a crença de que não vale empregar o voto de modo consciente – afinal “todos são iguais”. Convém pontuar, todavia, que tal atitude é nociva, porque, por um lado, desconsidera a prematura participação da sociedade no processo democrático e, por outro, não leva em conta os efeitos da política na vida cotidiana.       Cumpre, de início, assinalar a incipiente tradição democrática na cultura nacional. O voto feminino, por exemplo, só foi efetivamente garantido com legislação promulgada em 1932, durante o Governo Vargas. Como se não bastasse a marginalização institucional da mulher nas questões do Estado, há casos mais dramáticos. Os analfabetos, nesse sentido, tiveram seu direito concedido somente nas eleições de 1985. Para se ter uma ideia do cerceamento imposto, ressalta-se que, à época, 18 milhões de brasileiros, de acordo com dados do IBGE, compunham tal parcela da sociedade.       Ademais, é fundamental assinalar que os desdobramentos políticos influem diretamente na vida do cidadão. E, nesse sentido, a análise da situação econômica nacional é elucidativa. Enquanto boa parte das nações se recuperaram dos efeitos perversos deixados pela crise de 2008, como se observa pela projeção de crescimento mundial prevista pelo FMI de 3,9% para o ano 2018; em decorrência da relação promíscua entre entes públicos e privados, o Brasil enfrenta uma de suas piores crises financeiras. Como consequência, observam-se desemprego – 14 milhões – e alta informalidade do mercado de trabalho – 37 milhões.       Urge, então, conscientizar a sociedade da importância do voto racional para que ela influa no regime democrático. Assim, as mídias televisivas, cumprindo seu papel social, devem incorporar em sua grade programas que abordem o processo eletivo, como o fato de que não são computados os votos brancos e nulos para definir o candidato vencedor.