Materiais:
Enviada em: 27/10/2018

Curral eleitoral      Durante o governo do presidente José Sarney, foi instituída a Constituição Cidadã de 1988. Após períodos de imposição, na República, e de restrição, na ditadura militar, através do sufrágio universal, sua implementação representou uma vitória ao povo e o fortalecimento da democracia no país. Entretanto,atualmente, esse direito não apresenta a mesma importância, principalmente para a maioria dos jovens, os quais o veem destituído de significado e como uma obrigação. Dessa forma, evidencia-se que os desafios para o engajamento dos mais novos estão ligados tanto à atual descrença política, quanto á maior difusão de "fake news".     Hodiernamente, a falta de perspectiva no futuro do país corrobora para o menor envolvimento na política. Segundo o ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gonzaga Neto, a participação dos jovens auxilia na consolidação da democracia, pois garante a renovação e o melhor atendimento das demandas socais. Contudo, o TSE afirma que em comparação as eleições de 2014, em 2018 o número de eleitores entre 16 e 18 anos caiu em 120 mil. Porquanto, os atuais escândalos de corrupção revelados fizeram com que muitos perdessem a confiança no sistema. Portanto, em razão dos abusos de poder de muitos governantes, o engajamento foi desencorajado, ocasionando, como declarou o ministro, a desestabilização do governo popular, a qual instiga desigualdades e crises.       Ademais, é importante ressaltar que o maior uso das tecnologias torna os jovens mais suscetíveis à alienação. Analogamente ao voto de cabresto, o qual era forçado pelos coronéis de grande influência na República, as atuais "fake news" promovem o predomínio de um ideal. De acordo com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), as notícias falsas se propagam 70% mais rápido do que as verdadeiras. Por conseguinte, muitos jovens são persuadidos pelos meios de comunicação à acreditarem em um modelo ilusório. Destarte, essa imposição acarreta, novamente, na conservação dos abusos políticos e no enfraquecimento da democracia.       É indubitável, portanto, que a inserção dos jovens na administração do país é uma problemática. Para amenizar essa situação, é necessário que o Ministério da Educação (MEC) - órgão responsável pela transmissão de informação e promoção da cidadania - institua, nas escolas públicas e privadas, a disciplina " Educação Política". Isso deve ser feito por meio da abordagem dos principais pontos dos governos passados e atuais, além propiciar debates, através de profissionais das áreas de História e Sociologia. Dessa forma, será possível garantir a manutenção para a efetiva democracia e fomentar uma sociedade comprometida com a nação.