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Enviada em: 22/03/2019

Perpetuação da ignorância     A ausência de uma política transparente tornou a sociedade brasileira desacreditada. Ainda hoje, mesmo que indiretamente, o Brasil possui princípios análogos ao do período oligárquico, em que, por meio do voto de cabresto e do coronelismo, as pessoas vendiam seus votos. Tais ações construíram um cenário corrupto, e a população é descrente quanto a mudança dessa situação. No entanto, o engajamento dos jovens e o ativismo nas redes sociais cresceu, podendo alterar essa conjuntura.     Em primeiro lugar, é preciso evidenciar que a elite brasileira governa, antes de tudo, a ignorância do povo. Embora não seja assim no país inteiro, os indivíduos tendem a se desinteressar sobre a necessidade de votar. Sabendo disso, o investimento em estratégias de convencimento e de discurso se tornou prioridade. Tendo em vista a desigualdade presente no país e o péssimo sistema de educação, os políticos exploram a falta de senso crítico da sociedade para atingir seus objetivos. Segundo Paulo Freire, filósofo brasileiro, as classes dominantes não vão educar a população para que elas percebam as injustiças sociais, o que é verdadeiro. Entretanto, o voto inconsciente desses seres, como são a maioria, proporciona a manutenção de um sistema fraudulento. Isso desestimula a minoria intelectualizada, que é contrária à elite, a escolher algum candidato disponível, ocasionando em um acréscimo de votos nulos.     Por outro lado, a juventude brasileira se mostra mais participativa e disposta a modificar as estruturas. Quando se trata de um contexto mundial podemos usar o exemplo de Boauzizi, jovem que ateou fogo em seu corpo para confrontar as medidas repressoras do governo vigente. Já no Brasil, houve a Revolução dos 20 centavos, que lutava contra o aumento das passagens, e ambos os movimentos tiveram ampla repercussão pela presença da internet. Essa que está sendo usada para propagar notícias acerca da política de maneira democrática, o que favorece a construção de um pensamento crítico e a derrubada de candidatos desonestos. Além disso, a web consegue educar, de certa forma, e estimula o eleitor a entender o sistema político brasileiro, gerando protestos, como os estudantis, consequência já retratada por Paulo Freire.    É evidente, portanto, que a corrupção e a desilusão estão interligadas, pois uma mantém a outra. Logo, é essencial que a mídia oriente, com propagandas, sobre como acessar as contas públicas do Estado e acerca da importância do voto de maneira consciente. Ademais, o Ministério da Educação deve estabelecer a obrigatoriedade do estudo político nas escolas, incentivando os jovens a formarem um senso crítico. Assim, haverá uma reestruturação do cenário, os políticos terão que ser mais transparentes para se elegerem e os resquícios de um Brasil Oligárquico, que manipula votos, serão apagados da política nacional.