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Enviada em: 18/03/2017

Desde o período de redemocratização do sistema político brasileiro, na década de 80, vivemos em uma democracia representativa que ao longo dos anos vem sendo corrompida por casos de corrupção. A consequência gerada é a atual crise de representatividade, e esse fator interferiu diretamente no voto popular dos últimos anos, não apenas no Brasil, mas também em outros países da América e Europa.  Primeiramente, é válido citarmos a eleição norte-americana de 2016, e a argentina em 2014, ambos os presidentes eleitos, Donald Trump e Maurício Macri, não eram políticos de carreira, mas empresários e bons administradores. O fato é que isso não aconteceu por acaso, a sociedade de modo geral, vem se conscientizando sobre a importância do voto e a tendência é que isso ganhe ainda mais força. A ideia central é a população tornar-se cada vez mais adepta aos princípios liberais, iniciados por Locke e aperfeiçoados pela Escola Austríaca. Segundo o pensador político francês durante o século XIX, Alexis Tocqueville,  um dos problemas dos representantes da democracia, é que eles facilmente se esquecem dos representados e passam a trabalhar para si mesmos. Ao relembrarmos o movimento das Diretas Já, a luta pelo voto direto, podemos analisar que não foi totalmente uma conquista, visto que trouxeram problemas como políticas de clientelismo, muito utilizadas por populistas, gerando um sistema político falho, tão centralizado quanto na Ditadura Militar e sem a renovação significativa do poder. Ademais, essa discussão abre um leque de debates ainda mais complexos. Dentre eles existe o forte corporativismo, que é basicamente a união de interesses entre políticos e grandes empresários que buscam o monopólio do mercado. Nesse contexto, encaixam-se os escândalos de corrupção com pagamento de propina e a descrença do população para com a política. Dessa forma, cria-se um paradoxo, pois o mesmo direito ao voto usado para eleger corruptos poderá ser usado para destituí-los do poder e promover a transição do coletivismo para o individualismo. Por isso a sociedade brasileira deve usar como arma o seu voto consciente, buscando cada vez mais a mudança do sistema político e elegendo pessoas com propostas de limitação do poder Estatal, diminuindo o tempo de mandato e promovendo melhor atualização do poder. Isso será possível por meio da elaboração de Propostas de Emenda Constitucional, visando a minimização do favorecimento a grupos de interesse, sindicatos que sugam dinheiro da população e por conseguinte a corrupção. É bem verdade que a Anarquia é uma utopia, mas é sempre bom chegar perto do seu ideal.