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Enviada em: 21/12/2017

O desafio do voto consciente       O voto, enquanto um ato de cidadania e de direito social conquistado com muita luta, tem sido alvo de debates no que tange ao senso cívico da população. A participação do cidadão brasileiro no cenário público, embora vista como conduta transformadora, vem se tornando rara mediante a abstenção política.        De acordo com Aristóteles, filósofo grego, o homem é um animal político. Sob tal ótica, infere-se que este tem o poder de fazer escolhas, de analisar situações, de participar da condução e do planejamento de tudo que é produzido; desse modo, concretiza-se "o fazer política". Uma sociedade atuante politicamente, a qual é sabida de seus direitos, percebe-se que há um impasse maior da corrupção ter êxito; logo, a conduta é desestimulada. No entanto, uma sociedade a qual não tem vigilância política de seus cidadãos, tendo o Estado dominado por aqueles que se valem dessa falta, a fim de usurpar benefícios próprios, nota-se que a corrupção terá vez.       Sob essa conjectura, o Brasil tem se tornado palco de escândalos associados à conduta de caráter imoral, por vezes ilegal, que se revestem do manto da impunidade. Prova disso, são os artifícios para convencer a população de renunciar seu voto por meio de votos brancos, nulos e abstenções que, quando incentivados, são denominados de manobras políticas de quem pretende beneficiar-se dessa recusa de direito. Essas práticas imorais têm implicações diretas nos resultados das eleições, como o decréscimo do quociente eleitoral, que oportuniza a eleição de candidatos sem representatividade, favorece a corrupção eleitoral na compra de votos e torna a eleição mais fácil àqueles que não têm apoio popular.       Torna-se evidente, portanto, que os caminhos para a conscientização do voto apresentam entraves que devem ser revertidos. Para tal, o Governo Federal deve veicular campanhas de conscientização da importância da participação política dos cidadãos e dos efeitos que a abstenção desse direito provoca, por meio de mídias como internet, televisão, rádio e de cartilhas socioeducativas, a fim de incentivar a valorização do voto, bem como de alertar os severos efeitos que este traz quando não exercido. Espera-se, com isso, cidadãos que reconheçam seu papel de protagonistas, enquanto agentes transformadores de uma sociedade.