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Enviada em: 30/10/2018

Na literatura, Gonçalves Dias, por meio da "Canção do exílio", exalta a exuberância natural de sua terra. Nessa perspectiva, o Brasil transcende as expectativas sendo considerado, entre todos os países do mundo, o mais rico em biodiversidade. Essa primazia, contudo, não impede que seus biomas sejam ameaçados por interesses econômicos e pela falta de consciência da importância de preservar esses recursos essenciais à vida.     Previamente, convém destacar a ampla extensão do território brasileiro e a suas variações climáticas que possibilitam a caracterização dos seis biomas: Mata Atlântica, Amazônia, Cerrado, Caatinga, Pantanal e Pampa. Esse cenário de diversidade, todavia, encontra-se de algum modo ameaçado. A Mata Atlântica, por exemplo, que originalmente se estendia ao longo do litoral brasileiro, no tempo presente conta com menos de 25% de sua vegetação remanescente, isso porque, desde do século XV, vem sendo devastada pelo extrativismo, pelas atividades agrícolas e a urbanização. Ainda, destaca-se o Cerrado que, com a mais rica flora de savana tropical do mundo, é um bioma constantemente afetado pelo avanço das fronteiras do agronegócio e pela recente flexibilização no Código Florestal brasileiro. Assim, compreende-se o fato dos dois biomas apresentados estarem entre os inseridos no conceito de "hotpots", ou seja as zonas do planeta mais ameaçadas de destruição da diversidade biológica.      Acrescenta-se a isso, a limitada compreensão da coletividade acerca da importância da preservação das riquezas naturais para a vida. Com isso, nota-se a que a constante devastação da flora, as queimadas, a contaminação do solo e das águas com agrotóxicos acabam interferindo diretamente na dinâmica ambiental.Desse modo, sérios impactos são gerados ao meio ambiente, como por exemplo: as alterações climáticas que causaram a crise hídrica no estado de São Paulo entre 2014 e 2016.Diante disso, a campanha da fraternidade promovida pela Igreja Católica procurou atrair a atenção para essa temática, enfatizando a necessidade de uma relação mais  harmônica entre a sociedade e os biomas.     Por conseguinte, para que a vasta biodiversidade brasileira seja valorizada como bem essencial e inestimável à vida é primordial elevar o foco na sua preservação e valorização. Com esse fim, o corpo social como um todo em parceria com as ONGs de defesa ambiental, devem pressionar o Ministério do Meio Ambiente a realizar uma fiscalização mais eficaz nas reservas ambientais, priorizando o uso de equipamentos tecnológicos para um mapeamento mais preciso, além de aumentar o efetivo policial e fiscal nos locais mais críticos. Ainda, deve-se exigir o enrijecimento das leis de preservação e defesa dos biomas brasileiros aplicando multas e penalidades mais brandas nesses tipos de infração. Destarte, a aplicação dessas medidas poderá favorecer a proteção desse esplêndido patrimônio do país.