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Enviada em: 26/04/2019

"Somos todos filhos da preta, da preta ancestralidade africana." A canção emblemática de Daniela Mercury reafirma a importância dos negros na construção sócio-histórico-cultural do Brasil. Visto isso, é possível mencionar que a passagem dos africanos pelo país, no século XVIII, ocorreu de forma desumana ao passo que a escravidão propiciou o vilipêndio destes, diminuindo sua identidade cultural e desrespeitando seus direitos humanos. Assim, surgem os quilombos como forma de resistência ao sistema escravocrata, se perpetuando até os dias hodierno. Logo, a importância dos quilombos deve ser reconhecida não somente pelos poderes públicos, mas pela sociedade.       Primeiramente, a África detém uma das culturas mias ricas de todo o globo. Logo, os quilombos brasileiros foram criados não somente como um lugar para escravos fugitivos, longe disso, nestes os escravos encontraram o espaço necessário para a afirmação de seu povo, sua cultura e sua identidade nacional. Assim, o fortalecimento nas relações pessoais, o culto a seus deuses e ancestrais e a complexa organização social que tinham em seu continente coexistiam em um lugar distante do seu, as africanas sempre foram guerreiras, líderes e até rainhas.       Outrossim, com a convenção 169º da Organização Internacional do Trabalho, na qual o Brasil foi signatário, os grupos tradicionais ganharam o direito de auto-identificarem, somado a demarcação de terras aprovada por lei, com a promulgação da Constituição Cidadã de 1988. O renomado geógrafo Milton Santos proferia que alienado são aqueles que enxergam o que os separam a aquilo que os une, logo, a importância dos quilombos, hoje, deve ser mostrada como forma de reparação histórica.       Destarte, as instituições de ensino devem promover aulas públicas que mostrem a diacronia da escravidão no Brasil, suas consequências e as relação com o surgimento dos quilombos, para que a população reconheça a importância destes na atualidade, não somente como forma de ganhos sociais mas de reparação histórica, somada a ampliação da 169º convenção da OIT e os feitos da Constituição Cidadã nesse viés a aqueles que os desconhecem, reafirmando que somos todos filhos da preta ancestralidade africana.