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Enviada em: 24/08/2019

“Eu tenho um sonho. O sonho de ver meus filhos julgados por sua personalidade, não pela cor de sua pele”. A frase, do pastor estadunidense Martin Luther King, exprime a ideia de que todos devem ser julgados pelo seu caráter e não por suas características fenotípicas. Analisando esse conceito atrelado à contemporaneidade, nota-se que quando se discute sobre a importância dos quilombos no século XXI, é perceptível que tem um enorme papel histórico na resistência e perpetuação cultural dos povos negros que por anos tiveram seus quilombos arrasados por bandeirantes paulistas e até os dias atuais lutam pelo direito de terras e contra o preconceito racial, isto é, quase 120 anos depois da abolição da escravidão.  Sob esse viés, é perceptível que muitos quilombos espalhados por todo o território brasileiro ainda são vítimas do racismo estrutural, estão a margem de políticas públicas e com uma enorme dificuldade na regularização fundiária. Ademais, as terras quilombolas registradas simbolizam cerca de 0,11% território do Brasil e esses números não iram aumentar, uma vez que projeções feitas pela Organização Terra de Direitos mostram que cerca de 1.716 processos de reconhecimento de quilombos estão ainda em aberto e que demoraria mais ou menos 1000 anos para titular todos esses processos, visto que todo governo que atua no brasil não toma esse reconhecimento como prioridade ou como o atual presidente Jair Bolsonaro que afirma que “não haverá um centímetro demarcado para indígenas ou quilombolas”.  O resultado desse processo é uma sociedade que não reconhece as dificuldades vividas pelos quilombolas e a importância dos quilombos que servem de lembretes que não são dadivas aos negros, mas uma reparação histórica pelo que o Brasil fez e faz. Aliás, os quilombos sempre foram símbolo de acolhimento e que visa o mesmo estilo de vida a todos, porém não se deve imaginar como uma comunidade primitiva, mas um espaço onde se vive da agricultura familiar que é dificultada pela terra seca e o sol forte e que mantêm algumas tradições e que procura diariamente manter a liberdade conquistada durante o período colonial e que é motivo de luta. Portanto, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária deve trabalhar com maior eficiência e dar prioridade aos processos que ainda estão abertos para realizar a reforma agrária e destinar melhor as terras para os quilombolas com o objetivo de diminuir a especulação fundiária dos latifúndios e destinar terras de qualidade boas para a agricultura de subsistência e criação de animais para quem irá produzir nela e faze-la prosperar, e por fim, devem haver maiores fiscalizações e audiências públicas nos Estados brasileiros, realizadas pelo Conselho e Secretarias Estaduais da Educação com o intuito de fiscalizar a atuação das escolas e a sua eficiência no aprendizados de comunidades mais distantes.